A Iniciativa Liberal e o PSD preparam-se para levar à discussão, na Assembleia da República, dois votos de condenação pela morte de centenas de civis no massacre de Bucha, na Ucrânia. O Bloco de Esquerda também apresentou um voto de condenação da agressão russa à Ucrânia e dos “crimes de guerra cometidos”.
Rodrigo Saraiva, líder parlamentar da IL, considera que é importante “condenar situações que coloquem em causa os direitos humanos”, esperando que haja uma unanimidade na condenação “da hierarquia do exército russo, da cúpula política russa e de todos os seus aliados”, por parte dos restantes grupos parlamentares.
“Não consigo conceber que alguém não vote a favor deste voto. O texto não tem proclamações ideológicas, é muito objetivo e fala dos crimes de guerra que estão a ser cometidos na Ucrânia desde o primeiro dia”, argumenta. Para a IL, o massacre em Bucha “surge como o exemplo máximo dos continuados crimes de guerra que a Rússia está a cometer em território ucraniano” e, como tal, “não poderão deixar de ser julgados”.
Neste sentido, o voto submetido à AR defende ainda que, no futuro, “estes crimes não devem ser apenas julgados politicamente, devem também vir a ser julgados no Tribunal Penal Internacional em Haia [nos Países Baixos]”.
Também o presidente do PSD, Rui Rio, classificou como “barbárie” o massacre de civis pelas tropas da Rússia em Bucha, afirmando não ver diferenças entre “os crimes nazis e dos russos”. Também a coordenadora do BE, Catarina Martins defendeu que “os crimes não podem ficar impunes” e, por essa razão, exige uma “investigação independente a todos os crimes de guerra”.
“Os criminosos têm de ser efetivamente responsabilizados”, reagiu o líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, no Twitter.