Rui Tavares considera decisão de Costa uma boa “oposição interna no Governo”

O deputado único do Livre pode concordar com a decisão do primeiro-ministro, no entanto, defende que o Governo deve “deixar a oposição para a oposição”.

O deputado único do Livre defende a decisão tomada pelo primeiro-ministro de revogar o despacho emitido pelo Ministério das Infraestruturas sobre o avanço dos dois aeroportos, ao frisar a boa atitude “oposição interna no governo”.

"A decisão de ontem não fazia nenhum sentido e ainda bem que a oposição interna no governo, pelos vistos encabeçada pelo próprio primeiro-ministro, se encarregou de a desfazer", assinala Rui Tavares, vincando, no entanto, que o Executivo deve “deixar a oposição para a oposição”.

"O Governo devia dedicar-se a governar e devia deixar a oposição para a oposição. Embora havemos de concordar que acaba por se revelar muito eficaz nessa oposição interna ao próprio governo (…)", considera o único deputado do Livre.

Quanto à possível demissão do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, Rui Tavares desvaloriza essa substituição, ao admitir que não se preocupa com o "futuro imediato deste ou daquele ministro", mas sim com "o futuro de uma decisão para o país".

"O tema do dia é o tema do dia, amanhã pode ou não estar esquecido, mas uma decisão errada neste dossier significa uma decisão com a qual vamos ter que viver durante 50 anos ou mais", sublinha.

Para dar a volta e solucionar este dossiê que se tem estendido por vários governos, o Livre entregou na Assembleia da República um projeto de resolução no qual recomenda ao Executivo que o país tenha "um plano nacional aeroportuário com uma avaliação ambiental estratégica ampla que não exclua nenhumas alternativas nem localizações".

Rui Tavares diz que o que se pode retirar desta polémica “é que no momento em a poeira assentar e em que haja alguma clareza”, António Costa possa comprometer-se “com a realização desse plano nacional aeroportuário".