O PSD marcou para quinta-feira um debate de atualidade sobre “a privatização da TAP”, após o líder do partido ter acusado o Governo de “um crime político e financeiro” na companhia área nacional.
No último debate com o primeiro-ministro no Parlamento, questionado pela Iniciativa Liberal, António Costa disse esperar que a privatização da TAP ocorra nos próximos doze meses, afirmando que “só se fosse irresponsável” é que garantiria que o Estado não irá perder dinheiro na transação, embora dizendo esperar que tal não acontecesse.
Dois dias depois, o presidente do PSD, Luís Montenegro, afirmou que o que foi feito na TAP “foi um crime político e financeiro”, considerando que a vontade do Governo de privatizar a companhia, depois de a renacionalizar, não pode passar em branco.
Para o líder social-democrata, os portugueses devem olhar para este caso “e tirar ilações na perspetiva da gestão de recursos públicos” e das consequências das decisões “que os governantes tomam”.
“Diziam-nos que a TAP era estratégica, que a TAP tinha de estar nas mãos do Estado, porque não podíamos deixar de ter uma companhia de bandeira”, apontou, recordando que em 2016 o Governo “herdou uma TAP com a maioria do capital nas mãos de privados” e em processo de privatização, tendo optado depois por seguir pela via da renacionalização. E lembrou ainda os mais de três mil milhões de euros de ajuda do Estado à TAP na sequência da pandemia.
“Depois de terem injetado tanto capital, afinal já acham que a saída é reprivatizar a TAP? Mas esta gente anda a brincar à governação? Anda a brincar com o nosso dinheiro? Estes três mil milhões serviam, por exemplo, para que não houvesse cortes de pensões durante, pelo menos, três anos”, argumentou o social-democrata.