O Presidente do Brasil encerrou, esta terça-feira, a sua visita a Portugal, com uma sessão solene na Assembleia da República.
Lula da Silva chegou ao Palácio de São Bento e foi recebido com honras militares. Nas escadarias exteriores foram ouvidos os hinos nacionais do Brasil e de Portugal.
Na sua intervenção no Parlamento, começou por dizer que teve em Portugal a “sensação de estar em casa”, sentimento, que acredita ser comum “a todos os brasileiros que vivem em Portugal e todos os portugueses no Brasil”.
O chefe de Estado brasileiro falava há pouco tempo quando os deputados do Chega ergueram bandeiras da Ucrânia e cartazes onde se lia: “Chega de corrupção”. O protesto mereceu repreensão do presidente da Assembleia da República.
"Os senhores deputados que se querem permanecer na sessão plenária devem comportar-se com urbanidade, cortesia e a educação que é exigida a qualquer representante do povo de português, chega de degradarem as instituições, chega de porem vergonha no nome de Portugal", disse, visivelmente irritados, Santos Silva, antes de Lula prosseguir com o seu discurso.
“O 25 de Abril permitiu que Portugal desse o verdadeiro salto para o futuro. O movimento iniciado pelos Capitães de Abril, há exatos 49 anos, reconquistou as liberdades civis, a participação política dos cidadãos, a democratização política, os direitos dos trabalhistas e a livre organização sindical, criando as bases para o desenvolvimento económico com justiça social”, sublinhou o Presidente brasileiro. “Do outro lado do Atlântico, nós brasileiros, assistimos com admiração e esperança à Revolução dos Cravos”, acrescentou.
Lula da Silva não abordou diretamente os protestos do Chega, mas sublinhou o perigo dos “extremismos” no mundo atual e particularmente no Brasil.
“Vivi, no Brasil, a consequência trágica que sempre acontece quando se nega a política e o diálogo", afirmou, defendendo que só através de negociações é possível encontrar a solução para as atuais tensões geopolíticas.
"Condenamos a violação da integridade territorial da Ucrânia", disse, sublinhando que a “guerra não pode prosseguir indefinidamente" e que "é preciso falar de paz".
No final, Augusto Santos Silva pediu desculpa a Lula da Silva pelos protestos dos deputados do Chega.