O ministro das Infraestruturas apresentou, na terça-feira à noite, o seu pedido de demissão. Cerca de meia hora depois, o primeiro-ministro surpreendeu tudo e todos ao dizer que reconhecia o “gesto nobre” de João Galamba, mas que não o aceitava, e que continuava a contar com o governante como parte essencial do seu Executivo.
Ora, segundo o Observador, João Galamba só terá sabido da não aceitação da demissão e da sua permanência no Governo ao mesmo tempo que os portugueses, ou seja, através da declaração ao país de António Costa, transmitida pela televisão.
Segundo aquela publicação, o primeiro-ministro não terá adiantado a Galamba durante a reunião entre ambos, logo de manhã, o que pensava fazer. A conclusão veio à noite, já com o titular da pasta das Infraestruturas fora do ministério. Costa queria segurar o ministro, cuja cabeça todos pediam, incluindo o Presidente da República.
Ainda o primeiro-ministro não tinha acabado de responder às perguntas dos jornalistas, após a sua declaração, e já o site da Presidência da República tinha divulgado uma nota a tornar pública a discordância de Marcelo Rebelo de Sousa acerca da decisão do primeiro-ministro, estava assim aberta a guerra entre Belém e São Bento.
A bola está agora na mão do chefe de Estado, que pode demitir o Governo, dissolver a Assembleia da República ou, como já aconteceu também, tentar normalizar a questão da divergência com o Governo.
{relacionados}