Iniciativa Liberal acusa Governo de agir como mendigo

Dirigente liberal salientou que a proposta de Orçamento do Estado “não resolve nenhum problema essencial”

O presidente da Iniciativa Liberal (IL) acusou este domingo o primeiro-ministro de ter falta de soluções para o país e de estar sempre à espera de mais um fundo comunitário.

“Não nos revemos num primeiro-ministro que, sistematicamente, age como um mendigo, sempre à espera da esmola de Bruxelas, de mais dinheiro que lhe caia pela porta dentro”, disse Rui Rocha, em Coimbra, 

Na intervenção inicial do Conselho Nacional do partido, o presidente da IL argumentou que “não é por acaso que António Costa já defendeu um Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) permanente”. Segundo Rui Rocha “é porque não tem soluções para o país e quer condenar Portugal à dependência permanente”. 

Num discurso em que explicou as razões do voto contra no Orçamento de Estado (OE) para 2024, o dirigente liberal salientou que a proposta  “não resolve nenhum problema essencial” dos portugueses e atira o país para o tempo dos “crescimentos medíocres (1,5%), que não permitem gerar riqueza e não permitem às empresas e aos portugueses “crescer na vida”.

O líder da IL acusou o primeiro-ministro de, em 2024, aumentar os impostos indiretos em 8,9%, enquanto a receita dos impostos diretos “praticamente fica igual”, apesar da descida anunciada no Imposto sobre Rendimentos Singulares (IRS).

“Há um agravamento da receita fiscal de 4,8% e há mais um recorde de carga fiscal que António Costa vai, mais uma vez, bater”, salientou Rui Rocha, acusando o Governo de, em 39 medidas do OE, apenas três se destinarem às empresas, que “são fundamentais para riqueza”. Pelos cálculos do líder da IL, o país tem mais dinheiro investido pelo Estado na Efacec “do que neste OE está previsto para as empresas”.

Na sua intervenção, o presidente da IL desafiou ainda o Governo a baixar a tributação dos rendimentos do arrendamento para “ter mais casas no mercado para resolver o problema da habitação dos portugueses” e desafiou o Governo a baixar o IVA da construção, “porque se a habitação é um bem essencial e se há uma crise na habitação”, então não se pode tratar esta questão do ponto de vista da tributação “como um bem supérfluo ou de luxo”.