O primeiro-ministro, António Costa, vai ser alvo de uma investigação autónoma do Ministério Público, num inquérito instaurado no Supremo Tribunal de Justiça, revelou a Procuradoria-Geral da República (PGR), num comunicado emitido esta terça-feira, na sequência das buscas e detenções no âmbito do processo dos negócios do lítio e hidrogénio.
“No decurso das investigações surgiu, além do mais, o conhecimento da invocação por suspeitos do nome e da autoridade do Primeiro-Ministro e da sua intervenção para desbloquear procedimentos no contexto suprarreferido. Tais referências serão autonomamente analisadas no âmbito de inquérito instaurado no Supremo Tribunal de Justiça, por ser esse o foro competente”, lê-se no comunicado da PGR.
Logo após a operação e os seus contornos terem sido tornados públicos, soube-se também que o primeiro-ministro foi recebido, a seu pedido, pelo Presidente da República.
O encontro durou cerca de meia hora, após o qual, sabe o Nascer do SOL, António Costa esteve reunido com alguns dos governantes que lhe são mais próximos, como a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva; e o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva. Pouco depois, o líder do Executivo voltou ao Palácio de Belém para nova conversa com Marcelo Rebelo de Sousa.
No âmbito da mesma operação foram detidas cinco pessoas, “por se verificarem os perigos de fuga, de continuação de atividade criminosa, de perturbação do inquérito e de perturbação da ordem e tranquilidade públicas”.
Assim, o Ministério Público emitiu mandados de detenção fora de flagrante delito do chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária; do presidente da Câmara Municipal de Sines, Nuno Mascarenhas de dois administradores da sociedade “Start Campus” e do consultor contratado por esta sociedade, Diogo Lacerda Machado, amigo próximo do primeiro-ministro.
Sublinhe-se ainda que o ministro das Infraestruturas foi constituído arguido no âmbito deste processo, assim como o Presidente do Conselho Diretivo da Agência Portuguesa do Ambiente.