Desta vez, Marcelo prometeu e cumpriu. E nem uma palavra, nem uma fonte de Belém falou à imprensa nas mais de 48 horas que mediaram o anúncio da demissão do primeiro-ministro e a decisão presidencial.
Ontem, às 19h58, o Presidente deu o seu veredicto, as eleições ficam marcadas para 10 de março e, assim, o Presidente dá dois prémios de compensação ao PS: tempo para se reorganizar e tempo para tornar o orçamento ainda mais eleitoralista.
Com este cenário estabelecido pelo Presidente, o IUC e outras medidas impopulares deste orçamento deverão ficar pelo caminho. Sobrando apenas a descida de IRS, IRS jovem e alargamento dos passes sociais. Bandeiras a que os socialistas se vão agarrar como argumentos de campanha numas eleições difíceis, mas que acreditam ainda poder ganhar.
No final de uma semana marcada pelo maior tsunami da vida política portuguesa, Marcelo procura com a decisão anunciada no final do Conselho de Estado acautelar um cenário pós-eleitoral em que o partido vencedor não consiga aprovar um orçamento para 2024.