O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, demonstrou estar, esta segunda-feira, “extremamente alarmado” com o reinício das hostilidades entre Israel e o Hamas. Guterres pediu às forças israelitas para evitarem realizar ações que piorem a “já catastrófica” situação humanitária em Gaza.
A posição do secretário-geral da ONU foi divulgada pelo seu porta-voz, Stéphane Dujarric, que voltou a lançar um apelo a todas as partes para que respeitem as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário.
Na nota lê-se que “o secretário-geral está extremamente alarmado com o reinício das hostilidades entre Israel e o Hamas e outros grupos armados palestinianos em Gaza, em 1 de dezembro, incluindo o lançamento de rockets contra Israel a partir de Gaza e a renovação das operações terrestres e a intensificação dos ataques aéreos por parte das Forças de Defesa de Israel, cada vez mais no sul de Gaza”.
Guterres pediu contenção a Telavive, sublinhando que os civis, incluindo profissionais de saúde, jornalistas e pessoal da ONU, assim como infraestruturas civis, devem ser protegidos “em todos os momentos”.
O secretário-geral da ONU retomou ao mesmo pedido que tem feito desde o início do conflito, apelando para um fluxo de ajuda humanitária “desimpedido e sustentado”, de modo a satisfazer as necessidades da população em todo o enclave.
As pessoas, que foram novamente forçadas a deslocar-se, “não têm lugar para onde ir e muito pouco para sobreviver” reiterou Guterres.
O líder das Nações Unidas também continua muito preocupado com a escalada de violência na Cisjordânia ocupada, incluindo com a intensificação das operações israelitas, com o elevado número de mortes e detenções, com o aumento da violência dos colonos e com os ataques a israelitas por parte de palestinianos.
“O secretário-geral reitera o seu apelo a um cessar-fogo humanitário sustentado em Gaza e à libertação incondicional e imediata de todos os reféns restantes”, indicou a mesma nota.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas irá reunir-se, esta segunda-feira, para reuniões fechadas de modo avaliar a situação em Gaza, com a subsecretária-geral da ONU para Assuntos Políticos e de Consolidação da Paz, Rosemary DiCarlo, a informar os Estados-membros sobre a sua recente deslocação à região.
A reunião foi convocada pelos Emirados Árabes Unidos, que demonstraram apreensão face à “profundamente preocupante retomada das hostilidades” e a terrível situação humanitária no enclave.