Chega admite propor inquérito parlamentar sobre caso das gémeas luso-brasileiras

Ventura questiona envolvimento do Governo, “porque não foi certamente o Presidente da República que ligou para o Conselho de Administração do Santa Maria ou que ligou para os médicos que iam tratar estas crianças”.

O presidente do Chega fez saber, esta terça-feira, que não ficou esclarecido com as explicações do Presidente da República sobre o tratamento das duas gémeas luso-brasileiras e admitiu mesmo propor a criação de uma comissão parlamentar de inquérito sobre o caso.

“O Presidente tem de dar esclarecimentos. Não sei se vai ser chamado pelo Ministério Público ou não, mas tem de dar esclarecimentos”, afirmou André Ventura, antes do arranque das jornadas parlamentares do Chega, que decorrem entre hoje e quarta-feira num hotel em Matosinhos (distrito do Porto).

“Continua sem se compreender muito bem, aliás, o próprio Presidente disse que não sabia, se o filho, o Dr. Nuno Rebelo de Sousa, tinha ou não exercido alguma influência junto do hospital para que este tratamento acontecesse”, destacou o líder do Chega.

Para André Ventura, tem de ser apurado o eventual envolvimento do Governo, “porque não foi certamente o Presidente da República que ligou para o Conselho de Administração do Santa Maria ou que ligou para os médicos que iam tratar estas crianças”.

Ventura reiterou que os antigos governantes Marta Temido e Lacerda Sales devem prestar esclarecimentos no Parlamento.

“Caso estes esclarecimentos não sejam dados – e esperando que o Ministério Público avance no processo que abriu – o Parlamento não terá outra opção senão abrir uma comissão parlamentar de inquérito a este caso”, defendeu, admitindo que”se for necessário”, o Chega recorre ao “instrumento mais gravoso que há no parlamento, a comissão parlamentar de inquérito”.