O secretário-geral do PS recordou, este sábado, no seu discurso no discurso no 24.º Congresso Nacional do PS, o seu percurso nos governos liderados por António Costa e apontou armas a todas as forças políticas da direita e ainda prometeu um candidato presidencial como há muito tempo não se vê.
No seu mandato como secretário-geral socialista, o partido irá enfrentar “cinco atos eleitorais”: as regionais nos Açores, as legislativas, as europeias, as autárquicas e as presidenciais.
Vamos “ganhar as regionais, as europeias, as autárquicas e as presidenciais, com a certeza de que, nas presidenciais, o PS apoiará um candidato como há muito tempo não o faz”, afirmou Pedro Nuno Santos, acrescentando que escolha honrará “os melhores Presidentes da República que Portugal já teve, Mário Soares e Jorge Sampaio”.
Sobre o seu percurso como governante, o líder do PS sublinhou que se valorizou enquanto pessoa e que amadureceu. “Testemunhei os constrangimentos, as dificuldades, as resistências que se colocam a quem tem e quer fazer obra. Testemunhei, também, que só erra quem faz ou tenta fazer – ao contrário daqueles que nada fazem e nada tentam. Esses, posso garantir-vos, nunca erram. Mas porque nunca erram, nunca aprendem. Nunca melhoram. Nunca evoluem”, disse apontando armas à oposição de direita, começando pelo PSD e pelo tempo em que foram Governo.
“A grande linha entre nós e eles é entre os que decidem, que fazem, que investem no progresso do país e aqueles que nunca passarão de antigos e ultrapassados velhos do Restelo”, disse, acusando os sociais-democratas de se esconderem atrás da aura da Aliança Democrática.
Para Pedro Nuno Santos, o PSD “mostra-se tão envergonhado da sua história recente que, numa tentativa de se unir, teve de ir ao baú recuperar um projeto amarelecido pela antiguidade de mais de 40 anos”.
“Com este truque, PSD e CDS pretendem fazer esquecer o período em que governaram juntos, entre 2011 e 2015, quando cortaram salários e pensões, fizeram explodir o desemprego e a dívida pública, aumentaram os impostos e privatizaram sem acautelar o interesse público. Este é o legado recente do PSD e CDS”, sublinhou, acrescentando que os portugueses “têm boa memória, não se deixam enganar com estes malabarismos, tal como não se esquecem de quando também governaram juntos, entre 2002 e 2004, quando Durão Barroso se foi embora para Bruxelas e deixou o país num caos”.
De seguida, ajustou a mira ao líder social-democrata: “A verdade é que ninguém conhece o projeto de Luís Montenegro para o país. Ao fim de mais de ano e meio sob a liderança de Luís Montenegro, temos o vazio. Um vazio de projeto, vazio de liderança, vazio de visão; é o vazio de credibilidade, vazio de experiência, e, como todos já percebemos, vazio de decisão”.
Na opinião do líder socialista, foi esse “vazio” que contribuiu para o aparecimento do chega e da Iniciativa Liberal.
“Se a Iniciativa Liberal mais parece uma agência de marketing e publicidade, entretida a criar cartazes alegóricos, o certo é que, por detrás de todo aquele espalhafato, esconde-se um projeto de transformação radical da forma como organizamos a nossa vida coletiva”, acusou, acrescentando que o partido liderado por Rui Rocha é “um projeto profundamente individualista, que tenta transformar o individualismo egoísta e indiferente aos outros em pretensos valores morais”.
Sobre o Chega, o secretário-geral do PS disse que o objetivo é “alimentar-se dos seus medos, inquietações e descontentamentos; depois, amplificá-los; e, por fim, transformá-los num discurso de ódio e repulsa contra bodes expiatórios, sejam estes os políticos, os imigrantes ou as minorias”.
Para Pedro Nuno Santos, a receita da força política, encabeçada por André Ventura, “é simples e o resultado também: Uma retórica exaltada que nunca resolveu nem resolverá nenhum problema”.
“Sabem porque não nos queixamos das obras nos governos PSD/CDS?”, questionou. “Porque não havia obras. Parar, recuar, desfazer, é sempre mais fácil que avançar. Nunca passaram de antigos e ultrapassados velhos do Restelo”, respondeu de seguida, rematando com um auto-elogio.
“Não escondo o orgulho de ter deixado a TAP com lucro, assim como a CP, que pelo segundo ano consecutivo vai dar saldo positivo”, sublinhou.
Por outro lado, reconheceu que nem tudo correu bem nos últimos oito anos e que é preciso admitir “com humildade, perante os portugueses, que nem tudo foi bem feito e que há ainda muito trabalho pela frente”, defendendo que os socialistas são os mais bem preparados para o fazer.
“Nunca, mas nunca os esconderemos, nunca mas nunca os ignoraremos, sabemos é que é o PS que está em melhores condições para os continuar a resolver”, asseverou.
Pedro Nuno Santos acredita que “o PS tem de saber ouvir o povo, ouvir os trabalhadores e os empresários que, juntos, constroem a riqueza”.
“É com todos os portugueses que, enquanto secretário-geral do PS e candidato a primeiro-ministro, tenciono abrir um novo ciclo no país e garantir as respostas para os problemas que o país inteiro enfrenta e pelas quais não pode esperar mais tempo”, concluiu.