Aconteça o que acontecer, depois do escrutínio de dia 10 de março o fenómeno do crescimento exponencial do Chega é já uma certeza e o partido vai entrar para a «piscina dos grandes».
As sondagens são unânimes em identificar o crescimento do partido de André Ventura, com um score que pode fixar-se entre os 16% e os 20% e com um grupo parlamentar que pode chegar aos 50 deputados. Ventura sabe que a partir de 10 de março o Chega vai ser o partido charneira da democracia portuguesa. Estará nas suas mãos a viabilização de qualquer governo, seja do PS ou da AD. Se é praticamente certo que o Chega apresentará uma moção de rejeição a um programa de governo socialista, a dúvida é saber o que fará caso seja a AD e Luís Montenegro a formar governo, com ou sem a Iniciativa Liberal.
O líder do Chega já abriu a porta a várias decisões e, neste momento, é uma incógnita o que poderá decidir. ‘Nós estamos disponíveis para falar e não está, neste momento, em discussão apresentar uma moção de rejeição. A bola está do lado da AD, temos que saber o que pretendem fazer.’ Esta é a resposta incerta que Andrè Ventura dá em entrevista nesta edição do i, embora no passado já tenha dito que havia apenas 1% de possibilidades de viabilizar um governo de direita de que o Chega não fizesse parte e, já durante esta pré-campanha, lançou a ameaça de avançar com uma moção de rejeição ao programa de governo de Montenegro caso o líder da AD insista no seu ‘Não é não’.
Deixar o país suspenso do que vai fazer o Chega é a estratégia de Ventura, que assim demonstra na prática que o partido tem a faca e o queijo na mão para desatar o nó da governabilidade do país.