O líder do Chega, André Ventura acusou, este sábado, o Governo de falta de ambição na área da Educação, defendendo que o plano apresentado não vai resolver os problemas do setor.
Ventura, numa conferência de imprensa, na sede nacional do partido, em Lisboa, explicou que: “As medidas que o Governo apresenta para reter dois mil ou três mil pessoas são um puro remendo e uma manifesta insuficiência. Não resolvem nenhum problema do ensino, não resolvem o problema dos docentes e dos não docentes, e falham o alvo da ambição que deveriam ter”.
O dirigente do chega reagia ao plano apresentado pelo Executivo de Luís Montenegro, na passada sexta-feira, onde foram apresentadas várias medidas com o objetivo de reduzir o número de alunos sem aulas.
André Ventura, que saudou a iniciativa do Governo, lembrou a necessidade de reter professores, através da valorização das suas carreiras, mas também criando estímulos para a entradas de jovens na carreira docente.
O líder do Chega lançou críticas às medidas apresentadas pelo ministro da Educação, Fernando Alexandre, apontando que “o aumento do número de horas extraordinárias não resolverá por si o problema de professores já desgastados, desmotivados e já muitas vezes com excesso de trabalho em cima”, sendo necessário incentivos fiscais como a isenção ou redução de impostos sobre essas horas extraordinárias.
Ventura critica a medida que apela a que professores reformados voltem a dar aulas, sendo “pouco concretizável” levar docentes aposentados, “que não recuperaram o seu tempo de serviço”, a regressar ao ensino.
Relativamente à iniciativa do Governo, de contratar professores imigrantes, o dirigente do Chega explicou que esta medida vai “passar uma ideia para fora de que não existe capacidade interna para dar aulas e promover o ensino nas comunidades”, e acrescentou que “a língua vai ser certamente uma barreira”.
“Em tudo isto, o Governo falha e procurou apresentar um plano apressado cujas consequências são evidentes, mais uma vez a falta de ambição estrutural”, rematou.
O Chega vai “avocar para debate na Assembleia da República todas as medidas que forem possíveis, que tenham sido definidas através de decreto-lei ou venham a ser” com o objetivo de ter uma “discussão mais alargada sobre esta matéria” no parlamento.