PS “não pode ser ignorado” no Orçamento de Estado, diz Pedro Nuno Santos

O líder dos socialistas sublinha que “é praticamente impossível” o seu partido viabilizar um Orçamento “que é a tradução ipsis verbis de um programa” do Executivo que os socialistas não apoiam.

O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, na Grande Entrevista da RTP3, alertou que só é possível superar a posição de que “é praticamente impossível” viabilizar o Orçamento do Estado se o Governo não ignorar os socialistas.

O líder socialista afirmou que: “O PS não está de corpo presente no Parlamento, não pode ser ignorado, não pode ser aprisionado a uma governação com a qual nós discordámos de forma estrutural, de forma profunda”.

Quando interrogado sobre a disponibilidade dos socialistas, de viabilizar o próximo Orçamento de Estado, Pedro Nuno Santos avisou que “é praticamente impossível” o PS viabilizar um orçamento “que é a tradução ipsis verbis de um programa” do Executivo que os socialistas não apoiam.

“Esse praticamente impossível só é superável na medida em que o Governo estiver na disposição de não ignorar o maior partido da oposição. Ignorando o maior partido da oposição, achando que tem o direito a apresentar e a ver aprovado, está engando, isso não vai acontecer”, sublinhou.

O secretário-geral dos socialistas disse que o partido “não tem uma atitude irresponsável” perante Portugal e reconheceu que “os sinais até agora não são bons”.

“Se o Governo tiver essa vontade, procurar, estiver de boa-fé. Não basta dizer que queremos um consenso e depois não nos mexermos, não estarmos disponíveis para ouvir. Se não houver essa vontade, aí vai ser impossível e os sinais que nós tivemos até agora vão nesse sentido”, alertou.

Pedro Nuno Santos considerou que é o Executivo do PSD/CDS “que tem que apresentar um orçamento” e por isso “tem que procurar as condições parlamentares que viabilizem” esse documento.