O PSD reúne este sábado a convenção autárquica onde dará formalmente o pontapé de arranque para as eleições que se realizam em setembro/outubro deste ano. Aos que dizem que os sociais-democratas estão atrasados no processo, o secretário-geral do partido, Hugo Soares, que tem a seu cargo a coordenação das escolhas do partido, garante: «Está tudo tratado». Verdade ou excesso de confiança, só os próximos meses mostrarão.
Porto pode ditar a derrota em 2025
Se Lisboa ditou um triunfo do PSD nas eleições de 2021, com a vitória inesperada de Carlos Moedas e a consequente conquista da capital do país, após 12 anos de governação socialista, o Porto assume nestas eleições o papel determinante, para ditar o vencedor das próximas eleições autárquicas.
O facto de ser a segunda cidade do país e de PS e PSD estarem afastados do poder na cidade invicta há doze anos torna a luta pela conquista da cidade determinante. É por isso que a escolha do sucessor de Rui Moreira assume uma importância capital para as direções partidárias. Manuel Pizarro é a escolha anunciada pelos socialistas e está já a trabalhar no terreno. Mas do lado do PSD o processo está muito mais atrasado e o desafio de encontrar uma solução vencedora não está a ser fácil. O jornal Observador deu conta esta semana de movimentações do próprio Luís Montenegro para tentar demover Filipe Araújo, atual vice-presidente de Rui Moreira, de protagonizar uma candidatura autónoma em nome do movimento até aqui liderado pelo presidente da Câmara do Porto. De acordo com o Observador, Montenegro propôs a Araújo uma coligação liderada por um candidato do PSD e secundada pelo independente. O independente respondeu com uma proposta em sentido contrário, em que Filipe Araújo assumia a liderança da lista e o candidato do PSD surgiria em segundo lugar, proposta que Montenegro rejeitou.
Face ao falhanço desta negociação, as contas complicam-se para um candidato do PSD – ao que tudo indica será o atual ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte – à Câmara do Porto.
Os desencontros à direita, com três hipotéticos candidatos (um do PSD, Filipe Araújo e António Araújo de um outro movimento independente próximo de Rui Rio) e, pelo menos, mais um do Chega, são uma ótima notícia para Manuel Pizarro que beneficia da dispersão de votos à direita.
Candidatos anunciados nas próximas semanas
Os dois maiores partidos prometem o anúncio dos principais candidatos às autárquicas nas próximas semanas. Nos últimos meses as máquinas partidárias testaram as escolhas em sondagens internas e agora o tempo é de pôr os candidatos no terreno, sobretudo aqueles que vão concorrer pela primeira vez.
Ao que sabe o Nascer do SOL os nomes dos principais candidatos do PSD deverão ser conhecidos no mês de fevereiro. O Partido Socialista está mais adiantado na maioria das escolhas, mas há opções que estão a ser mais difíceis de acertar. É o caso de Lisboa e Sintra que, por motivos diferentes, assumem uma importância particular na estratégia de Pedro Nuno Santos. Lisboa, porque, mesmo que não ganhem, os socialistas não podem ter um resultado que envergonhe, num município que governaram durante muitos anos, e Sintra, porque é a terceira maior autarquia do país e é governada por Basílio Horta que não pode recandidatar-se.
Foi o próprio Basílio Horta que esta semana veio manifestar preocupação com o atraso na escolha do candidato socialista ao município, considerando «muito grave» se os socialistas vierem a perder a Câmara que governou nos últimos anos. Para o autarca o PS já deveria ter neste momento um candidato no terreno, até porque, a escolha do PSD está praticamente fechada, apostando em Marco Almeida, o social-democrata que já se candidatou contra Basílio Horta por duas vezes, uma delas como independente, e que obteve bons resultados. O facto de a autarquia estar em fim de ciclo e de Marco Almeida estar determinado em não desistir de uma candidatura terá facilitado a escolha do PSD.