Querem que Portugal seja ‘uma junta de freguesia da Europa’

Manuel Alegre acusou Durão Barroso de integrar uma “deriva burocrática e autoritária da Europa” que ameaça o futuro de Portugal. Assumindo o risco de “ser acusado de soberanista”, Alegre disse que “estar na Europa não significa diluir Portugal, que tem 900 anos de História” e que há o perigo de Portugal se “transformar numa espécie…

O dirigente histórico do PS discursou na Convenção Novo Rumo, em Lisboa, pedindo um novo projecto para a UE e para o país. A Europa, defendeu, anda hoje "às avessas", desvirtuada por reformas nos tratados que deram poder à Alemanha e por governos neoliberais que põem os interesses dos mercados à frente dos interesses nacionais.

Os mais de mil socialistas presentes assobiaram quando Alegre referiu Durão Barroso como um dos responsáveis pela "subversão e destruição" da UE.

O Governo foi outro dos alvos do discurso, afirmando que não percebe o que festeja no dia de hoje, dia do fim do programa da troika. " Nós não celebramos a falsa saída da troika, que continua cá dentro com a cara do primeiro-ministro e do presidente do CDS", criticou.

Os partidos da esquerda não escaparam a Alegre. Denunciando o que chamou de "combate permanente ao PS", pediu que fosse seguido, pelos actuais dirigentes o exemplo de Álvaro Cunhal que em 1985 convocou um congresso do PCP para decidir pelo apoio a Mário Soares nas presidenciais. "Cunhal não se enganou no inimigo". Alegre garantiu ainda que "o PS não será o terceiro partido da direita, como parece desejar certa esquerda".

manuel.a.magalhaes@sol.pt