O professor disse “achar muito estranho que António Costa, sendo uma pessoa muito equilibrada e de bom senso, diga que, se o PS não ganhar, então haverá eleições outra vez daqui a pouco tempo". E considerou isso estranho na sua pessoa, pois conhece-o "há muito tempo, como antigo aluno e assistente da Faculdade de Direito”.
“Isto é uma coisa estranha no funcionamento da democracia, até de serenidade, uma vez que nesta ocasião António Costa, perante a hipótese de uma maioria de deputados, por parte da coligação Portugal à Frente, querer radicalizar e dramatizar a situação como uma tentativa de conquistar mais votos à esquerda”.
“Acho que António Costa não se saiu bem, porque dá uma sensação desestabilizadora para a democracia portuguesa”, salientou Marcelo Rebelo de Sousa, considerando “ser uma sua reação emocional que penso não ter sido suficientemente amadurecida por ele”.
“Esse cenário não é bom, porque ainda não há a decisãodos portugueses e dizer mesmo que os portugueses votem num determinado partido ou numa certa coligação então não se aceitará esse resultado e vai fazer-se tudo para fazer cair a decisão dos portugueses”, destacou Marcelo Rebelo de Sousa.
“Neste momento, todas as sondagens permitem já antever uma muito possível vitória da coligação Portugal à Frente”, afirmou o ex-líder do PSD, destacando porém estar a “falar de forma distanciada, não como apoiante da própria coligação, quando as sondagens dão mais deputados à coligação Portugal à Frente, do que ao Partido Socialista.
“De facto, sente-se haver uma ligeira vantagem da coligação, mesmo antes do debate radiofónico de quinta-feira”, considerou ainda ao SOL Marcelo Rebelo de Sousa.