Costa continua a negociar com BE, mesmo depois de encontro com Passos

A reunião desta tarde com António Costa pode estar a ser vista na coligação como decisiva para saber se as negociações entre PàF e PS têm de facto condições para chegar a bom porto, mas nem por isso o líder socialista vai suspender o diálogo à esquerda.

Costa continua a negociar com BE, mesmo depois de encontro com Passos

Amanhã de manhã, já depois de ouvir de Passos e Portas as 23 medidas com que se querem aproximar do PS e pedir-lhe que viabilize um govero no centro-direita, há uma reunião marcada com o BE.

A reunião será técnica, tal como foi a desta terça-feira com o PCP.

E servirá para continuar a perceber até que ponto se conseguem afinar agulhas à esquerda, já depois de o BE ter posto na gaveta a renegociação da dívida e de o PCP ter dito que o PS “só não será governo se não quiser”.

Ultrapassadas as questões que tinham sido levantadas por Cavaco quando se dirigiu ao país e excluiu das soluções de governação os partidos que não respeitam as regras do euro e querem sair da NATO, as conversas continuam entre PS, PCP e BE.

Em que é que PS, PCP e BE se aproximam?

O DN noticia hoje que a aproximação pode ser feita através de políticas que beneficiem os mais pobres, fazendo com que a medida de remoção total de cortes já em 2016 se destine apenas aos funcionários públicos que ganhem até 600 euros.

Também a polémica proposta de redução da TSU, avançada pelo PS e contestada à esquerda, pode passar a destinar-se apenas aos trabalhadores que aufiram até 600 euros mensais, como parte de uma política de crescimento através do aumento do rendimento das famílias.

O aumento do salário mínimo também será contemplado neste acordo, mas Costa deve continuar sem se comprometer com os 600 euros reclamados pelo PCP.

Outra forma de aproximar as esquerdas passará por o PS deixar cair nos mecanismos conciliatórios de despedimento e aprovar medidas que combatam a precariedade.

Tudo isso e as respetivas contas de impacto orçamental deverão estar em cima das mesas da negociação à esquerda que promete manter-se independemente do resultado do encontro desta tarde entre Passos, Portas e Costa. Pelo menos é essa a expectiva no BE, onde se prepara a reunião de amanhã.

margarida.davim@sol.pt