Durão e Portas chamados a explicar-se no Parlamento

As audições foram aprovadas com os votos a favor do PS, PCP e Bloco de Esquerda

Durão e Portas chamados a explicar-se no Parlamento

Durão Barroso voltou definitivamente à agenda mediática. Depois de na semana passada se ter sabido que foi nomeado presidente não executivo da Goldman Sachs, voltou a ser notícia por causa de um relatório britânico sobre a guerra do Iraque. O documento é bastante duro em relação a Tony Blair e fez com que o PCP voltasse a recordar a cimeira das Lajes, que juntou Durão, Blair e Bush filho.

Os comunistas querem perceber melhor os contornos de uma cimeira que levou à invasão do Iraque e entregaram um requerimento para ouvir Durão Barroso – à época primeiro-ministro – e perceber o papel que teve neste processo.

O requerimento do PCP para ouvir Durão Barroso e o seu ministro Paulo Portas foi hoje aprovado, com os votos contra de PSD e CDS.

Os sociais-democratas quiseram alargar o leque de audições e entregaram um pedido para ouvir o então Presidente Jorge Sampaio e também os socialistas Jaime Gama e Nuno Amado.

A esquerda inviabilizou, pelo menos para já as audições de Gama e Amado, mas aprovou a de Sampaio. Isto, apesar de o PCP ter já adiantado que pondera aprovar estas audições mais adiante, caso se comprove que são necessárias explicações adicionais.

Quem se sabe que será também já ouvido é o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros de Barroso, Martins da Cruz. O PS requereu a sua audição e a esquerda aprovou-a.

Recorde-se que o relatório Chilcot conclui que s informações que indiciavam a existência de armas de destruição maciça no Iraque eram falsas e acusa o Governo de Tony Blair de ter optado pela solução militar antes de esgotar todas as outras vias de resolução do conflito.

Segundo o documento, Saddam Hussein não apresentava qualquer ameaça à paz naquela altura. Mais: o autor do relatório afirma mesmo que Reino Unido e Estados Unidos optaram por ignorar os alertas feitos pelos serviços de informação sobre a instabilidade que se podia instalar no território iraquiano depois da invasão.