Catarina Martins quer encerrar polémica da CGD

No dia em que o INE revela um crescimento de 1,4% para 2016, Catarina Martins diz que “não deixa de ser tragicamente irónico” que o ministro que tem “dados simpáticos sobre a economia para apresentar” seja o que está no centro de uma polémica que faz alguns pedirem a sua demissão.

Para a líder do BE, está na hora de “acabar com a telenovela da Caixa” e voltar aos temas que realmente interessam como a recapitalização da CGD.

“É preciso acabar com o que não tem interesse e centrarmo-nos naquilo que importa, que é a recapitalização da Caixa e sabermos qual é o banco público que queremos”, apontou Catarina Martins, afirmando que o BE não tem agendas escondidas, mas “a direita sim, tem agendas escondidas”, que passam por “evitar a recapitalização” da CGD para obrigar à sua privatização.

De resto, Catarina Martins desvaloriza a polémica lançada por Luís Marques Mendes no seu comentário na SIC Notícias ao dizer que o Governo teria atrasado por um mês a publicação da alteração à lei dos estatutos dos gestores da Caixa para que a sua saída em Diário da República acontecesse em cima das férias dos deputados e passasse assim despercebida.

“Conhecemos a lei quando a lei foi publicada, tudo o resto não são factos, são coisas que as pessoas dizem”, comentou a coordenadora bloquista, lembrando que o BE esteve sempre contra a isenção de obrigação de apresentação de declarações de rendimentos e que o seu partido foi dos primeiros a recordar que “a lei de 83 estava em vigor e era para toda a gente”.

Sobre a forma como o Governo gerou todo este caso, Catarina Martins deixou escapar uma crítica, admitindo mesmo que “o dia de ontem [com a comunicação ao país de Mário Centeno e a nota explicativa de Marcelo Rebelo de Sousa] talvez não tenha sido mais brilhante do que os dias anteriores”.

Ainda assim, Catarina Martins prefere concentrar-se na forma como os dados do crescimento mostram os resultados da política económica que está a ser seguida apesar “dos problemas que o país ainda tem”, nomeadamente no desemprego.