Coabitação. Em vez de um chapéu de chuva não há por aí um para-raios?

“Quem olha para a realidade na base do diz-que-disse não percebeu nada do que aconteceu em Portugal”, disse ontem Marcelo em resposta ao PS “chocado”

Já havia um antes e depois de Pedrógão nas relações entre governo e Presidente – o i escreveu isso na altura. Agora há um antes e depois dos incêndios de 15 de outubro entre Costa e Marcelo.

Quando os jornalistas pediram ao Presidente da República para comentar a manchete do Público de ontem, cujo título era “Governo chocado com Marcelo”, o Presidente respondeu à bruta: “Há duas maneiras de encarar a realidade. Uma maneira é o ‘diz que disse’ especulativo de saber quem ficou mais chocado, se A com o discurso de B, se foi B com o discurso de A. E depois há uma segunda maneira, que é a de compreender que chocado ficou o país com a tragédia vivida, com os milhares de pessoas atingidas. E quem olha para a realidade na base do ‘diz que disse’ especulativo não percebeu nada do que aconteceu em Portugal”.

Marcelo foi ainda mais duro e mais longe, assumindo que na altura em que fez o seu discurso – terça-feira passada – o país “esperava naturalmente uma palavra dirigida às vítimas”. E agora “espera com urgência reparação, reconstrução e olhar para o país atingido”. “Primeiro porque esse país não pode ser esquecido e em segundo lugar porque faltam menos dois anos para o fim da legislatura, deste parlamento e deste governo. Há uma urgência”.

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