Costa quer coligação entre Estado e empresas para subir salários

Primeiro-ministro quer acordo para tentar subir rendimentos sem afetar competitividade.

O primeiro-ministro assumiu ontem a intenção de levar à concertação social um plano para elevar o nível de rendimentos no país, numa espécie de coligação entre Estado e empresas. O compromisso ou a intenção foi assumido num almoço-debate no International Club of Portugal, que se realizou em Lisboa.

“Objetivamente temos de nos ajudar uns aos outros, porque sabemos bem qual o esforço que as empresas têm de fazer para acompanhar uma maior política de rendimentos, mas também conhecemos as limitações que o Estado tem para continuar a melhorar o rendimento das famílias por via das transferências não monetárias”, declarou António Costa, citado pela Lusa. O também secretário-geral socialista e recandidato a primeiro-ministro aludia ao pacote de medidas do atual governo como a redução do preço dos passes sociais, o aumento dos escalões de IRS, entre outras iniciativas. Reconhecendo que haverá sempre limitações, Costa deixou o apelo para todos fazerem uma “coligação” por forma a melhorar o “nível de rendimentos, sem que isso afete a competitividade das empresas e, igualmente, a estabilidade macroeconómica em Portugal”

O primeiro-ministro procurou fazer um discurso realista, tendo na sala o presidente da CIP, António Saraiva, membro da concertação social.

Costa assumiu que é “não basta o incentivo fiscal para que muitos dos postos de trabalho que são necessários preencher em Portugal sejam competitivos face a outros mercados”. Mas, ao mesmo tempo, o chefe de Governo lembrou que uma empresa só é competitiva se contratar os melhores. Ou seja, uma empresa “tem de começar a ser competitiva na contração dos melhores recursos humanos”.

De realçar que a CGTP, que também integra a concertação social, já aprovou o seu caderno reivindicativo para o próximo ano e uma das propostas passa por um aumento salarial de 90 euros para todos os trabalhadores a partir de janeiro de 2020.