Líder da oposição bielorrussa reúne-se com António Costa e Santos Silva

A principal adversária de Alexander Lukashenko, no poder desde 1994, perdeu as eleições presidenciais da Bielorrússia, em agosto de 2020. Segundo os números oficiais, considerados fraudulentos pela União Europeia (UE), Svetlana Tikhanovskaya obteve 10% dos votos. Com a visita a Portugal pretende “discutir a crise na Bielorrússia e o apoio aos bielorrussos”.

A líder da oposição bielorrussa, Svetlana Tikhanovskaya, vai visitar Portugual entre quarta-feira e domingo. Durante a sua estadia irá reunir-se com o primeiro-ministro, António Costa, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e ex-presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso.

"Anuncio a minha primeira visita a Portugal entre 4 e 7 de março. Teremos encontros com o primeiro-ministro, António Costa, com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e com [o ex-presidente da Comissão Europeia] José Manuel Durão Barroso para discutir a crise na Bielorrússia e o apoio aos bielorrussos", anunciou, no domingo, no Twitter.

A principal adversária de Alexander Lukashenko, no poder desde 1994, perdeu as eleições presidenciais da Bielorrússia, em agosto de 2020. Segundo os números oficiais, considerados fraudulentos pela União Europeia (UE), Tikhanovskaya obteve 10% dos votos e, dois dias após as eleições refugiou-se na Lituânia.

Em entrevista à rádio TSF, na sexta-feira, a opositora justificou a visita por Portugal presidir neste semestre à UE, o que "pode ser muito útil". Tikhanovskaya afirmou ainda que a UE "fez um grande trabalho em relação à Bielorrússia" ao não reconhecer a reeleição de Lukashenko, mas disse precisar "tremendamente de apoio por parte da UE face aos abusos dos direitos humanos" no país.

"Claro que queremos que as decisões da UE sejam mais corajosas e as declarações mais fortes e as ações mais ativas. Também entendo que a UE é uma máquina imensa e, por vezes, parece muito lenta. E o tempo na Bielorrússia é percecionado de forma diferente porque muitas pessoas inocentes estão nas prisões, há mil pessoas com acusações criminais por protestarem. Para essas pessoas, todos os dias são importantes", disse.

"Portanto, é natural que queiramos decisões mais rápidas, não queremos que a Bielorrússia desapareça da agenda europeia. Para o povo bielorrusso, a UE é uma coisa fantástica e sabemos que a UE podia fazer muito mais do que fez, embora já tenha feito muito", acrescentou.