Professor acusado de 95 crimes de abusos sexuais de crianças só agora foi “afastado da escola”

No dia 15 de outubro – dia em que se soube publicamente da acusação – o diretor do Agrupamento Camilo Castelo Branco, Carlos Teixeira, disse que o arguido continuava a lecionar.

O professor de Moral acusado de 95 crimes de abuso sexual de crianças em Famalicão “foi afastado da escola, enquanto se aguardam as decisões" dos processos disciplinar e judicial em curso, anunciou esta sexta-feira fonte do Ministério da Educação à agência Lusa, sem especificar a data exata do afastamento.

"Decorre um processo disciplinar a par do processo judicial. O docente foi afastado da escola enquanto se aguardam as decisões de ambos os processos", disse a mesma fonte.

No dia 15 de outubro – dia em que se soube publicamente da acusação – o diretor do Agrupamento Camilo Castelo Branco, Carlos Teixeira, tinha dito que o arguido continuava a lecionar.

Recorde-se que o Ministério Público (MP) acusou um professor de Educação Moral e Religião Católica da Escola Secundária Camilo Castelo Branco, naquele concelho, de 95 crimes de abuso sexual de menores dependentes, sendo as vítimas 15 alunas, com idades compreendidas entre os 14 e os 17 anos.

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O processo, porém, já havia conhecido outra acusação datada de 29 de outubro de 2021, em que foi dada sem efeito pelo Ministério Público que, "por lapso", não referiu nela a aplicação da pena acessória de proibição do docente de exercer a sua profissão, ou nenhuma outra função que permita o contacto frequente com crianças, por um período fixado entre cinco e 20 anos.