Montenegro já se vê como Primeiro-Ministro mas recusa pedir eleições

“Digo-o, claramente, comigo e com o PSD, terão um Primeiro-Ministro e um Governo totalmente diferentes”, diz líder do PSD.

Montenegro já se vê como Primeiro-Ministro mas recusa pedir eleições

O PSD já reagiu à reviravolta política de ontem, com direito a pedido de demissão de um ministro não aceite por António Costa e a desacordo público de Marcelo Rebelo de Sousa.

Para o líder dos sociais-democratas, a maioria absoluta “foi absolutamente desbaratada” e “o Governo perdeu o norte e está em agonia. Por sua culpa exclusiva”.

Luís Montenegro vai mais longe e diz que o primeiro-ministro teve ontem o momento do ‘canto do cisne’, tendo sido protagonista de "uma fuga para a frente para ver se provoca eleições antecipadas sem ter coragem de o dizer”.

No entanto, apesar das várias críticas ao Governo, não só à luz destas polémicas, mas também das próprias escolhas estratégicas para o país, Montenegro diz que não será por sua causa ou pela do PSD que haverá eleições antecipadas. “Não as pedimos, mas não as recusaremos”, esclarece, acrescentando que o partido está preparado “para tudo o que for necessário”.

“Sim, estamos muito mais bem preparados para governar Portugal do que está o governo hoje em funções. Temos equipa e temos projeto”, sublinha o líder social-democratas, garantindo que não é movido por “nenhum espírito de sobrevivência individual ou partidária”

“Serei um PM livre, pronto para enfrentar interesses instalados e para combater privilégios injustificados. E serei PM em consequência de uma vitória nas eleições, realizem-se elas quando se realizarem. Estamos serenos e sem pressas. Mas, digo-o com sinceridade, sinto que Portugal tem cada vez menos tempo a perder”, acrescenta.

No mesmo comunicado, Montenegro defende que há meses que Costa desistiu do Governo e do país e “entrou no modo de campanha eleitoral”

“Vale tudo para engendrar a vitimização do PS, do seu líder e dos seus delfins. Mas vítima não é Antonio Costa, nem é Pedro Nuno Santos, nem Fernando Medina, nem João Galamba. As vítimas são os portugueses, que confiaram num Governo que não é de confiança”, acusa.