FENPROF: 10 mil professores com horário zero em Setembro

A Federação Nacional dos Professores (FENPROF) calculou hoje em 10.000 os docentes que, em Setembro, ficarão com horário zero, mas diz que só o Ministério da Educação pode confirmar esta estimativa, desafiando-o a assumir os números publicamente.

«só o mec sabe ao certo, pelo que a fenprof convida o ministério a divulgar publicamente o número de docentes com horário zero nas escolas e agrupamentos, e não apenas quantos se mantêm em concurso para destacamento por ausência da componente lectiva (dacl)», lê-se num comunicado hoje emitido pela estrutura sindical.

«segundo os números do mec, mantiveram-se 5.733 docentes em concurso para dacl, o que corresponde directamente a igual número de professores com horário zero», afirma a fenprof, sublinhando tratar-se de um acréscimo de 65 por cento em relação ao ano passado.

a federação diz ainda que, a estes, se junta «a esmagadora maioria dos 1.678 professores destacados por condições específicas» a que as escolas não conseguiram atribuir serviço lectivo, «devido à data tardia do seu destacamento».

por fim, refere a fenprof, acrescem milhares de docentes que ficaram sem componente lectiva num mínimo de seis horas.

os professores querem um esclarecimento completo sobre a situação de cada um, nomeadamente se as actividades de coadjuvação, apoio aos alunos e de enriquecimento curricular são ou não consideradas como actividades efectivamente lectivas, «contribuindo para que os docentes nelas implicados deixem de estar em situação de horário zero».

no passado dia 17, o secretário de estado do ensino e administração escolar, joão casanova de almeida, disse que o número de professores efectivos que integram o concurso de mobilidade interna poderá diminuir, consoante as necessidades temporárias das escolas.

o ministério revelou na altura o número de professores efectivos que integram o concurso de mobilidade interna, no ano lectivo de 2012/2013, que é de 5.733, mais 2.254 do que em 2011.

o aumento é explicado com o facto de o mec ter definido como professor de carreira aquele a quem foi atribuída uma componente lectiva com seis horas ou mais, e de ter exigido às escolas que indicassem antecipadamente quantos professores efectivos tinham sem componente lectiva.

em declarações à agência lusa, casanova de almeida explicou que estes 5.733 professores poderão suprir carências de outras escolas e que, por isso, aquele valor pode baixar.

lusa/ sol