José Sócrates, de 68 anos, está a ser julgado no âmbito da Operação Marquês por 22 crimes, incluindo corrupção, branqueamento e fraude fiscal, acusações que tem negado
Procuradores querem esclarecimentos urgentes e pedem registos de entradas e saídas do país após o antigo primeiro-ministro revelar que esteve duas semanas no Médio Oriente.
Pedro Delille não pediu autorização à Ordem dos Advogados para falar em público sobre o processo Sócrates e recebeu uma multa. Como não pagou, suspenderam-lhe a atividade. Quanto às queixas da juíza Susana Seca, nada se sabe devido à ‘natureza secreta’ dos procedimentos.
O antigo primeiro-ministro rompe o silêncio político e declara voto em Gouveia e Melo nas presidenciais, volta a criticar o processo da Operação Marquês e acusa o Governo de “pagar um favor” com a escolha do juiz Carlos Alexandre.
Em 2015, o SOL esteve em Benguela, em Angola, à procura das salinas que tanto dinheiro tinham dado a Carlos Santos Silva, o testa de ferro de José Sócrates. A publicação da reportagem caiu como uma bomba na ESCOM (do GES). Como revelam as escutas que o SOL republica agora.
Ficou conhecido por defender Bruno de Carvalho no âmbito do processo da invasão da Academia de Alcochete em 2018.
O julgamento da Operação Marquês deverá ser retomado com a audição de uma testemunha fundamental para a acusação: Pedro Ferreira Neto, antigo administrador da ESCOM (do Grupo Espírito Santo).
Magistrada justificou não ter alternativa à suspensão do julgamento. Fonte do MP reconhece que prescrição dos eventuais crimes de corrupção de Vale de Lobo ‘é inevitável’.
Para a juíza, o comportamento no processo e a renúncia de Pedro Delille, sem ter assegurado – como estaria obrigado – a representação de José Sócrates até este escolher um novo advogado, “permitem equacionar à luz de um observador médio” que o objetivo da defesa seria apenas prolongar a duração do julgamento
Dois antigos assessores de José Sócrates são suspeitos de ter angariado negócios para o ex-primeiro-ministro. Um deles é Vítor Escária, em cujo gabinete em S. Bento foram encontrados, em novembro de 2023, 75.800 euros em dinheiro vivo.
O antigo primeiro-ministro afirma que o tribunal não o contactou depois da renúncia do seu advogado e considera que o seu direito de defesa foi posto em causa.
A renúncia deu entrada na manhã desta terça-feira, 4 de novembro, e o advogado alega “razões deontológicas”. Em causa, está o conflito entre o advogado e o coletivo de juízes, nomeadamente a juiz-presidente. Delille considera que se continuasse ia prejudicar a defesa do cliente. Esta manhã deu nota disso numa carta enviada ao tribunal
Ex-primeiro-ministro negou em tribunal ter jantado em casa de Ricardo Salgado, em Cascais, mas os registos de localização do seu telemóvel desmentem a sua versão
Em causa está o facto de Pedro Delille ter presumido que a sessão iria começar mais tarde do que o agendado e ter chegado atrasado ao julgamento. José Sócrates foi representado, durante cerca de meia hora, por uma advogada oficiosa na audiência.
Lígia Correia, Célia Tavares e Fernanda Câncio serão confrontadas com escutas comprometedoras e com o circuito que o dinheiro fazia antes de lhes chegar às mãos.
Hugo Neto, procurador na Operação Influencer, passou a integrar a equipa do MP no julgamento de Sócrates
Pedro Cardigos será o primeiro inspetor a depor sobre as movimentações estranhas nas contas do antigo primeiro-ministro.
O incidente de recusa de José Sócrates contra Amadeu Guerra tinha sido anunciado pelo antigo primeiro-ministro antes da sessão inaugural do julgamento do processo Operação Marquês, no passado dia 3 de julho