“Não é bom para o Parlamento e para o prestígio dos deputados falar no corredor à comunicação social em vez de falar no plenário”, comenta Montenegro, que não entende as razões que levaram António José Seguro a optar por estar ausente do debate da moção de censura movida contra o Governo pelo PCP e votada favoravelmente pelo PS.
“São opções. Mas se queria confrontar o primeiro-ministro, devia tê-lo feito lá dentro”, aponta o líder da bancada parlamentar dos social-democratas.
Para Luís Montenegro a posição do PS, ao votar favoravelmente um texto que defende a saída do euro e põe em causa o Tratado Orçamental, põe em evidência uma “contradição insanável”.
“É toda a oposição que sai mal desta moção. O país não entende”, observa o deputado, que põe António José Seguro e António Costa no mesmo saco, já que ambos estão de acordo no voto favorável à moção apresentada pelos comunistas. “O PS sai mal como um todo, tanto Seguro como Costa”.
De resto, Montenegro assinala que esta é já a sexta moção de censura que o Governo liderado por Pedro Passos Coelho enfrenta, pelo que “já não é novidade”. A diferença, aponta Luís Montenegro, está no texto que pretende “sufragar um programa político muito concreto”, que apresenta propostas contrárias à posição que o país tem tido na Europa e que, no entender do deputado, “traria consequências muito mais graves” do que as do programa de ajustamento financeiro.