Seguro demite-se de líder se Costa ganhar primárias

O secretário-geral do PS, António José Seguro, não permanecerá no cargo se perder para António Costa as eleições primárias para primeiro-ministro. Fonte oficial da direcção do PS, em comunicado, diz que em caso de derrota “Seguro tira as devidas ilações” ou seja, “demite-se”. Não haverá pois uma dupla legitimidade na cúpula do PS, com um…

Seguro demite-se de líder se Costa ganhar primárias

A direcção socialista afasta assim a ideia de que Seguro possa querer manter o poder a qualquer custo. A acusação foi feita por António Costa, à saída da Comissão Nacional, no Vimeiro, que pediu uma solução "clara". "A solução não será clara se for bicéfala, assim tipo Bloco de Esquerda com Catarina Martins e João Semedo. Essa não é uma boa solução para um partido que tem a ambição de ser Governo", disse Costa.

Horas depois, em entrevista à TVI, Seguro não esclareceu o que faria se perdesse as eleições primárias, manifestando apenas a convicção de que será o vencedor. Mas agora a direcção do PS vem dizer que está fora de causa uma liderança bicéfala. E acusa Costa de ser ele quem propõe esse cenário. 

"A proposta de Costa de efectuar eleições simultâneas para secretário-geral (entre os militantes) ao mesmo tempo que se realizam eleições primárias (entre militantes e simpatizantes)" é "um enorme erro, pois pode acontecer que os militantes do PS elejam um secretário-geral diferente do candidato a primeiro-ministro", adianta a mesma fonte da direcção. "Aí sim, teríamos duas legitimidades, para funções diferentes, que podiam conflituar", afirma a direcção do PS.

O secretário-geral do PS, António José Seguro, não permanecerá no cargo se perder para António Costa as eleições primárias para primeiro-ministro. Fonte oficial da direcção do PS, em comunicado, diz que em caso de derrota "Seguro tira as devidas ilações" ou seja, "demite-se". Não haverá pois uma dupla legitimidade na cúpula do PS, com um candidato a primeiro-ministro (Costa, se ganhar as primárias) e um secretário-geral (Seguro).

A direcção socialista afasta assim a ideia de que Seguro possa querer manter o poder a qualquer custo. A acusação foi feita por António Costa, à saída da Comissão Nacional, no Vimeiro, que pediu uma solução "clara". "A solução não será clara se for bicéfala, assim tipo Bloco de Esquerda com Catarina Martins e João Semedo. Essa não é uma boa solução para um partido que tem a ambição de ser Governo", disse Costa.

Horas depois, em entrevista à TVI, Seguro não esclareceu o que faria se perdesse as eleições primárias, manifestando apenas a convicção de que será o vencedor. Mas agora a direcção do PS vem dizer que está fora de causa uma liderança bicéfala. E acusa Costa de ser ele quem propõe esse cenário. 

"A proposta de Costa de efectuar eleições simultâneas para secretário-geral (entre os militantes) ao mesmo tempo que se realizam eleições primárias (entre militantes e simpatizantes)" é "um enorme erro, pois pode acontecer que os militantes do PS elejam um secretário-geral diferente do candidato a primeiro-ministro", adianta a mesma fonte da direcção. "Aí sim, teríamos duas legitimidades, para funções diferentes, que podiam conflituar", afirma a direcção do PS.

Alteração dos estatutos fora da agenda de Seguro

A proposta de eleições primárias para primeiro-ministro, proposta por Seguro, não está prevista nos estatutos. Mas a direcção do PS reitera que não é necessário fazer qualquer alteração. O próprio secretário-geral o "explicará na próxima reunião da Comissão Política Nacional». 

Seguro convocou hoje este órgão para reunir na próxima quinta-feira à noite, para dar andamento ao processo das primárias. Até lá, mandatou a presidente do PS, Maria de Belém, para coligir "os regulamentos de eleições primárias semelhantes já realizadas em França e Itália e a realizar em Espanha".

Nesta guerra jurídica em que se brandem os regulamentos do PS, a direcção de Seguro acusa Costa de propor um congresso para eleger o líder que não é estatutário. "Costa e os seus apoiantes, apanhados de surpresa pela proposta de Seguro, não sabiam o que dizer e insistem num congresso extraordinário para elegerem o secretário-geral". Acontece que, "segundo os estatutos do PS, o seu secretário-geral não é eleito em congresso", sublinha a referida fonte do Largo do Rato. É assim desde António Guterres, precisa.

Ontem na TVI, Seguro queixou-se de ser mal tratado pelos comentadores. Este domingo, dia das crónicas televisivas de Marcelo Rebelo de Sousa e de José Sócrates, o Largo do Rato aposta em receber comentários desfavoráveis: "Os comentadores de serviço farão tudo para diminuir e manipular a decisão histórica de Seguro". 

manuel.a.magalhaes@sol.pt