E com o PS mergulhado numa guerra civil, com a disputa entre António José Seguro e António Costa pela liderança dos socialistas, os sociais-democratas dizem que Passos Coelho está “de pés e mãos atadas”. Como sublinha um vice-presidente do PSD “até mesmo que o primeiro-ministro quisesse pedir uma clarificação, que passaria necessariamente por eleições antecipadas, não o poderia nunca fazer com o PS no estado em que está”.
PSD e CDS estão em sintonia contra o aumento de impostos como alternativa ao chumbo do TC. E já ontem, após a reunião do Conselho Nacional do CDS, Paulo Portas também acusou os juízes do Palácio Ratton de condenarem o país a uma “escravidão fiscal”.
O vice-primeiro-ministro aproveitou ainda a ocasião para ‘implicar’ o PS neste imbróglio. Portas avisou que a decisão não afecta apenas “a esfera do Governo em funções na exacta medida em que o secretário-geral do Partido Socialista tem dito que, sendo governo, não aumentaria [impostos]”.
As acusações de que o Tribunal Constitucional se está a afirmar cada vez mais como um órgão político também vão aumentando na maioria. E segundo Portas, “pela primeira vez de forma nítida e explícita, o acórdão parece sugerir que o Governo resolva o problema do défice através do aumento de impostos”, algo que pertence, sublinhou, “à esfera de decisão do poder executivo”.