O secretário-geral do Partido Socialista confirmou que pediu à Presidente do PS, Maria de Belém Roseira, para “recolher informações” sobre este processo, garantindo que o trabalho estará concluído amanhã e que aí sim serão anunciadas datas para estas eleições.
Seguro referiu ainda que este é um “momento histórico na democracia” e que este processo é “credível, transparente e prestigia o PS”. “Anulei-me durante três anos para manter a paz no PS, agora vou mostrar as minhas convicções”, explicou o secretário-geral do partido, referindo-se à frase “Habituem-se que isto mudou”, proferida após o anúncio de António Costa à liderança do PS.
“Fiquei surpreendido com a atitude de António Costa”, afirmou o líder do PS, explicando que soube das intenções do presidente da Câmara de Lisboa através de uma assessora. “As pessoas têm o direito a ter as suas ambições, mas não as devem pôr à frente do partido”, explicou.
Quanto ao apoio de Mário Soares e a António Costa, Seguro limitou-se a dizer que cada um “faz a sua opção”.
António José Seguro falou ainda sobre o conflito institucional entre o Governo e o Tribunal Constitucional (TC), que chumbou três artigos do Orçamento de Estado.
“O Governo só tem que acatar a decisão do TC e não afrontá-lo”, explicou, mostrando-se também “surpreendido” com o comportamento de Cavaco Silva: “Não consigo encontrar razão para o silêncio do Presidente da República”.
O líder do Partido Socialista voltou a apelar à divulgação da carta enviada pelo Governo ao FMI e a pedir a intervenção de Cavaco Silva neste assunto: “Os portugueses estão escaldados com o que este Governo negoceia com a troika (…) Se o primeiro-ministro não divulga [a carta], o Presidente da República deve obrigá-lo”.
Seguro terminou a entrevista afirmando-se convicto de que será “o candidato do PS a primeiro-ministro”.