O anúncio da disponibilidade do PCP para viabilizar um governo socialista apanhou de surpresa PSD e CDS, mas nem por isso Passos vai mudar o que tem hoje para dizer a Costa. Assegurar a não rejeição do programa de governo e a viabilização do Orçamento do Estado para 2016 são consideradas “condições elementares”, segundo outro ministro de Passos Coelho. Mas o objetivo é conseguir acordos em várias matérias e a médio e longo prazo.
Viabilizar o OE é a primeira grande prova de fogo, para a qual a coligação parte de espírito aberto. “Não há linhas vermelhas, dentro do que é o Tratado Orçamental. Partimos para a negociação de espírito aberto. Nem fazia sentido ser de outra maneira”, garante ao SOL Maria Luís Albuquerque. A ainda ministra das Finanças sabe que tudo o que o próximo governo fizer terá de ser antes acertado com António Costa. “Vamos ter de negociar tudo”, admite.
O documento não poderá ter grandes surpresas porque assenta essencialmente no que já estava no Programa de Estabilidade enviado a Bruxelas e incluirá medidas como a remoção gradual dos cortes em salários da função pública e nas pensões e a devolução da sobretaxa, que também constavam do programa do PS embora num ritmo mais acelerado. “Como é que o PS pode dizer que não a isto tudo?” – interroga outro ministro do executivo. Mais complicadas poderão ser questões como o IRC ou o IVA da restauração.
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*com Sónia Cerdeira