O líder do PSD não quer ficar a 'arder em lume brando' e não quer o seu Governo a dar a cara e a pagar o preço pelo efeitos que afirmam já se estarem a sentir nos mercados e nos investimentos após o derrube do Executivo pela maioria parlamentar de esquerda (PS, BE, PCP e PEV). Por outro lado, a coligação PSD/CDS também não quer ser confrontada com a situação de ver o Parlamento a aprovar leis que vão precisamente no sentido contrário do que defendem.
Mas até o processo estar concluído e o Presidente tomar uma decisão e falar ao país ainda deverá levar algum tempo.
Antes de Passos, esta tarde, estará Ferro Rodrigues em Belém. A audiência foi solicitada pelo presidente da Assembleia da República – que logo ontem após a aprovação da moção de rejeição do programa do Governo, anunciou que iria comunicar formalmente ao chefe de Estado o derrube do Executivo pelo Parlamento.
A justificar o encontro estará também o interesse do socialista em assegurar uma boa relação entre o Parlamento e a Presidência da República.
Cavaco inicia ronda de encontros com parceiros sociais
Estes serão apenas os primeiros dois de muitos encontros que Cavaco Silva deverá manter ao longo dos próximos dias, nomeadamente com os vários partidos com representação parlamentar mas também com algumas personalidades da vida política, económica e social.
A ronda de Cavaco vai começar já amanhã, porém, e os primeiros a serem recebidos serão os parceiros sociais logo a partir das 10h00.
A possibilidade de o Conselho de Estado ser convocado também não está posta de lado. Até pelo cariz delicado e invulgar da atual situação política.
No entanto, o Presidente da República tem prevista uma visita à região autónoma da Madeira para segunda e terça-feira, integrada no 'Roteiro para Uma Economia Dinâmica', iniciativa que o tem levado a visitar empresas de sucesso um pouco por todo o país. E ainda não há qualquer notícia de que venha a ser desmarcada.
