Carta para Cavaco saiu do Rato

António Costa já respondeu às exigências de clarificação dos acordos com o BE, PCP e Verdes. Ao final da tarde, os socialistas fizeram saber que seguiu para Belém a resposta aos seis pontos levantados por Cavaco Silva na audiência com António Costa.

O PS, aliás, tinha sido rápido a sugerir que as reticências do PR teriam resposta imediata. Carlos César, o presidente dos socialistas, disse à hora do almoço que esta seria dada por escrito e ainda hoje, o que veio a acontecer.

Cavaco Silva requereu seis clarificações, em questões políticas que considerou estarem “omissas” nos acordos firmados por Costa. A lista incluía a aprovação de moções de confiança; a aprovação dos Orçamentos do Estado, em particular o Orçamento para 2016; o cumprimento das regras de disciplina orçamental da zona euro; o respeito pelos compromissos de Portugal na NATO; o papel do Conselho Permanente de Concertação Social; e a estabilidade do sistema financeiro.

Na audiência, que durou cerca de meia hora,  Cavaco encarregou o secretário-geral do PS de ”desenvolver esforços tendo em vista apresentar uma solução governativa estável, duradoura e credível”. Mas acrescentou-lhe o pedido de “clarificação formal” das questões referidas. Ou seja, da audiência não resultou a indigitação de Costa.

Depois de o líder socialista ter saído de Belém sem prestar declarações, o PS deixou claro que não considerava necessário efetuar novos contactos com o BE, o PCP e os Verdes. A garantia seria dada pelo PS, apenas.

Ao final da tarde, Mário Centeno, apontado como futuro ministro das Finanças de um governo de António Costa, afirmou aos jornalistas que as questões levantadas por Cavaco Silva tinham uma resposta simples, e que ela estava contida, nomeadamente, no programa de governo do PS, aprovado pela Comissão Nacional do PS.

Antes, o PCP, por Jerónimo de Sousa, foi duro com Cavaco Silva. O líder comunista disse que o PR está a “procurar subverter a Constituição da República”. Mais, , Cavaco deu “mais um passo na degradação da situação política, no arrastamento das crise e no confronto institucional que o próprio criou”, afirmou Jerónimo de Sousa.

manuel.a.magalhaes@sol.pt