A previsão arrasadora de Passos

Há um mês que Pedro Passos Coelho não interpelava diretamente António Costa nos debates quinzenais parlamentares. Esta sexta-feira e num dia em que coube ao CDS abrir as hostilidades, o líder do PSD voltou a tomar a palavra no Parlamento para confrontar o primeiro-ministro.

Foi o culminar de uma semana em que Passos voltou a estar mais ativo na oposição, desdobrando-se em aparições e visitas a colégios privados, para atacar a política do Governo na área da Educação. Foi também o dia em que se soube que o crescimento deste primeiro trimestre do ano ficou abaixo do período homólogo e em que o debate sobre eventuais sanções da Comissão Europeia a Portugal levou PS e PSD a um jogo do empurra em torno das responsabilidades por um défice excessivo em 2015 – contando com o efeito Banif.

Também pressionado por vozes críticas dentro do PSD que, em surdina e em declarações em off aos jornais, reclamam uma oposição mais firme a António Costa, Pedro Passos Coelho voltou hoje à cena parlamentar para arrasar as contas do Executivo.

“Os dados revelados pelo INE são muito claros. Se hoje formos particularmente otimistas para o crescimento nos semestres seguintes ficamos longe das previsões do Governo. Já se começa a ver que haverá mau resultado. Uma vez que dados são objetivos, pergunto-lhe o que é que vai mudar?”, perguntou o líder social-democrata, que diz que a manterem-se as políticas de Costa e Mário Centeno o país está “condenado a uma morte lenta”.

Pegando nos dados hoje revelados, Passos afirmou que com um crescimento de 0,1% será impossível cumprir o que está no Orçamento do Estado.

“Nem se a economia crescer cinco vezes mais nos próximos trimestres”, considerou Passos Coelho,  será possível manter as metas do défice e da divida, porque a “economia não tem uma capacidade infinitamente elástica no futuro”.

Sobre a polémica dos contratos de associação, o líder do PSD também deixou um pedido a Costa: “Este ano não assuma a decisão anunciada e aguarde por este estudo para decidir no próximo ano”, disse, numa alusão a um estudo que estará a ser feito pelo Conselho Nacional de Educação.

Considerando que  “não é a necessidade de fazer poupanças que determina esta inflexão de política”, Passos defende que antes de qualquer nova decisão, seria importante obter dados recentes”.