BE quer mais cortes nos contratos privados, Costa dá outras soluções a colégios

António Costa não quer que o debate sobre os contratos de associação na Educação fique associado a uma questão ideológica em torno da liberdade de escolha das escolas e tem feito tudo para retirar essa carga ao tema. No debate quinzenal de hoje, Catarina Martins desmontou os argumentos da direita sobre o assunto e aproveitou…

“Há capacidade nos hospitais públicos que não está a ser utilizada”, lembrou a líder do BE a António Costa, frisando que  nos últimos anos o orçamento para a Saúde caiu 5.584 milhões de euros, “mas aumentou financiamento a privados nas PPP”.

O desafio de Catarina Martins é, por isso, para que o Governo faça nos hospitais o que está a fazer nas escolas e avalie se não há casos de redundâncias ou de unidades públicas com níveis de utilização abaixo das suas capacidades por causa de contratos de concessão a privados.

Costa respondeu que há “estudos estão ser concluídos e serão avaliados”, sublinhando que o “critério tem de ser reforçar o serviço nacional da Saúde”.

O primeiro-ministro voltou, assim, a reafirmar o princípio que tem seguido na Educação, com a valorização da rede pública. Mas não quer ficar colado à ideia de que diaboliza o setor privado.

Para o comprovar, António Costa lembrou neste debate quinzenal no Parlamento que há “outras atividades” a que os colégios com contratos de associação se podem dedicar, concorrendo a outro tipo de contratualização com o Estado.

Um dos exemplos dados por Costa foi o do alargamento da rede do pré-escolar. Segundo do Programa Nacional de Reformas, o Governo quer que todas as crianças com três anos tenham acesso a este nível de ensino. Ora, como reconheceu o primeiro-ministro, isso não será possível, pelo menos para já, apenas com recurso a estabelecimentos públicos. Por isso, o primeiro-ministro acha que esta pode ser uma oportunidade para os colégios que agora virem reduzidos os contratos de associação que têm com o Estado.

Costa lembrou também que não está em causa a continuidade dos contratos assinados, por exemplo, no ensino artístico, área em que continua a ser necessário recorrer a escolas privadas para prestar um serviço público.

E falou na formação de adultos e na formação ao longo da vida – também objetivos do Programa Nacional de Reformas entregue em Bruxelas em abril – como áreas em que as escolas privadas vão continuar a poder concorrer a contratos com o Estado para prestar serviços públicos.