António Costa recusa a ideia de um bloco central com o PSD

O primeiro-ministro defende que o país precisa de “alternativas”

"Não sou defensor da ideia de bloco central", disse António Costa esta quarta-feira, após a sessão de lançamento do Roteiro da Neutralidade Carbónica 2050, em Lisboa. "Acho que o país precisa de escolhas, alternativas", justificou.

António Costa referia-se à proposta de Rui Rio, candidato à liderança do PSD, de formar um bloco central de governação entre os socialistas e os sociais-democratas. "Uma das grandes riquezas da democracia é os portugueses poderem sempre dispor da liberdade de puderem escolher caminhos diferentes" afirmou o primeiro-ministro. "Outra coisa completamente diferente é perceber que, havendo divergências na área da governação, divergências quanto aos caminhos a seguir no curto prazo, há matérias relativamente às quais é que é sempre necessário haver consenso".

"Uma das coisas muito saudáveis que aconteceu nos últimos dois anos" foi a prova de que, "ao contrário do que era dito não havia um caminho único", acrescentou António Costa sem comentar a eleição do líder do maior partido de oposição nem os candidatos ao lugar.

António Costa exemplificou ainda situações onde grandes coligações de governo, ao estilo do bloco central, tiveram consequências políticas nefastas para os partidos. "O resultado foi sempre o enfraquecimento dos espaços das forças governativas e a emergência de foco de radicalização", disse acrescentando preferir "que os portugueses tenham sempre escolhas claras em relação aos diferentes caminhos alternativos".

Sobre o Orçamento do Estado para 2018, António Costa não quis comentar as medidas divulgadas até ao momento mas mostrou-se confiante na aprovação do documento.