Numa interpelação ao governo sobre Justiça, esta tarde, no Parlamento, os sociais-democratas sugeriram uma reforma do setor com o contributo de todos, mas reunião plenária acabou com troca de galhardetes.
O PS acusou o PSD de incoerência por ter feito cortes no setor, quando estava no governo, nomeadamente com o fecho de tribunais. Os socialistas lembraram ainda que a vice-presidente de Rui Rio, Elina Fraga, há dois anos chegou a dizer que estava arrependida de ter votado no PSD por causa das políticas de justiça que estavam a ser aplicadas pelo governo de Passos Coelho e da ministra Paula Teixeira da Cruz.
“Não sabia que ficavam tão incomodados com as palavras de uma vice-presidente do PSD feitas há dois anos”, respondeu José Silvano ao deputado socialista Filipe Neto Brandão que lembrou as declarações de Elina Fraga. “E se me pergunta se tenho vergonha, não, não tenho vergonha. Até porque não é comparável com os comportamentos que teve um ex-primeiro-ministro vosso, José Sócrates, um ex-ministro, Manuel Pinho, e o atual ministro Siza Vieira”, acrescentou.
Na reunião da bancada do PSD, logo pela manhã, segundo apurou o i, vários deputados sublinharam que o partido não deveria deixar cair da agenda o caso polémico do ministro-adjunto Siza Vieira. O governante assumiu ao Tribunal Constitucional a gestão de uma empresa com a esposa (Prática Mangenta, Lda). O Ministério Público, pediu, aliás, mais esclarecimentos ao ministro.