A história de uma transferência de 850 milhões de euros para o Fundo de Resolução em nome de uma injeção de capital no Novo Banco (em tempos de pandemia) ganhou contornos de uma tempestade perfeita no Governo e acabou por envolver o Presidente da República. O protagonista foi o ministro de Estado e das Finanças, que ouviu Marcelo Rebelo de Sousa dizer que concordava com o entendimento de António Costa de que fazia sentido esperar pelo resultado de uma auditoria da Deloitte àquele banco antes de efetuar a transferência. Ou seja, ao contrário do que fora feito pelas Finanças, que ordenou a transferência no último dia contratualmente possível, mas antes daquela auditoria (que só deverá estar concluída daqui a semanas).
Centeno não gostou do que ouviu – principalmente porque António Costa estava ao lado do Presidente Marcelo quando este fez aquelas declarações (em visita à Autoeuropa) e ligou de imediato ao primeiro-ministro pedindo que o recebesse com urgência.
António Costa recebeu Centeno em S. Bento ao final do dia (13 de maio) e a reunião prolongou-se por três horas.
No fim da linha, o primeiro-ministro acabou por assumir um comunicado onde reafirmava a sua confiança pessoal e política em Mário Centeno, num texto que incorpora boa parte dos argumentos (ou exigências) de Centeno na abordagem ao processo de empréstimo ao Fundo de Resolução.
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