O PCP vai mesmo realizar o congresso durante o estado de emergência. O evento, previsto para os dias 27, 28 e 29 de novembro, em Loures, vai realizar-se com regras apertadas, mas nunca esteve em cima da mesa a possibilidade de ser adiado por causa da pandemia.
O congresso dos comunistas foi um dos temas discutidos nas reuniões com o Presidente da República sobre a renovação do estado de emergência. O PSD defendeu que as restrições têm de ser iguais para todos. «Não entendemos que fechem supermercados e restaurantes, que se obriguem as famílias portuguesas a estar em casa e que depois se realizem, por exemplo, congressos partidários», afirmou, à saída do encontro, Morais Sarmento, vice-presidente do PSD. No debate sobre o estado de emergência, Adão Silva alertou que os portugueses não compreendem que «o Governo não proíba ajuntamentos sociais de centenas de pessoas». O líder parlamentar do PSD condenou que a «prepotência» a a «arrogância» dos comunistas.
O Governo respondeu pela voz do ministro Eduardo Cabrita, com o argumento de que as reuniões dos partidos não podem ser «em caso algum proibidas, dissolvidas ou submetidas a autorização prévia». Já João Oliveira, líder parlamentar do PCP garantiu que o congresso «vai realizar-se com todas as condições de segurança».
Marcelo Rebelo de Sousa já tinha afirmado que «é desejável» que as novas restrições «sejam para todos».
O PCP reagiu aos avisos lançados pelo Presidente da República. No editorial do jornal Avante!, os comunistas lamentam que «se desenvolva uma dinâmica de pressão sobre o partido, em que se insere também o Presidente da República, em torno da realização deste congresso».
O PCP está a preparar o congresso com um conjunto de restrições, nomeadamente o número de pessoas que vão estar no pavilhão. Os delegados serão menos de metade (no último eram 1200) e não haverá convidados nacionais e estrangeiros.
O partido garante também que os delegados serão distribuídos pelo pavilhão de forma a cumprir as regras de distanciamento e haverá circuitos de entrada, circulação e saída.
Congresso do PS sem data
PS, PSD e BE adiaram os congressos devido à pandemia. A reunião dos socialistas estava previsto para maio, mas ainda não tem uma nova data. Sabe-se apenas que não será antes das eleições presidenciais, que se realizarão no mês de janeiro.
O BE decidiu realizar a XII Convenção Nacional nos dias 22 e 23 de maio de 2021, no distrito do Porto. O evento estava marcado para outubro, mas o partido decidiu adiá-lo antes do verão. Catarina Martins preferiu não comentar a decisão do PCP de manter o congresso, mas afirmou que «os direitos políticos não estão suspensos no país, era o que mais faltava que estivessem»,
O congresso do PSD/Madeira, que estava marcado para este fim de semana, também foi adiado. Miguel Albuquerque argumentou que «não pode dar maus exemplos». A Iniciativa Liberal não adiou a Convenção Nacional, mas perante a «implementação do estado de emergência foi decidido que decorresse totalmente de forma remota através de plataforma digital», O encontro realizou-se no último domingo e contou com 230 participantes.