Após o Governo ter anunciado medidas para mitigar os efeitos do aumento do preço da energia, os partidos da oposição, da direita à esquerda, consideraram que estas ficam aquém do esperado, exigindo outras soluções, como preços máximos no gás e a redução do IVA.
Os liberais acusam o Governo de “inventar medidas avulso” em vez de baixar o IVA da energia, considerando que ficou por explicar como será paga a possibilidade do regresso à tarifa regulada do gás.
Já os comunistas dizem mesmo que as medidas anunciadas são meros paliativos e que “é indispensável” estabelecer preços máximos no gás e na eletricidade. Na ótica do PCP, “é indispensável o imediato estabelecimento de preços máximos para o gás e a eletricidade”, sustentando que esta medida deve ser acompanhada pela reposição do IVA da eletricidade nos 6%, a descida do imposto sobre o gás para o mesmo valor, além da aplicação de impostos extraordinários às empresas que estão a lucrar com a especulação.
Também o BE referiu que a possibilidade de famílias e pequenos negócios regressarem à tarifa regulada do gás é uma medida “tardia e insuficiente”, acusando o Governo proteger os lucros excessivos das empresas e recusar uma “tributação adequada”. Para os bloquistas, o “caminho é controlo dos preços, a tributação dos lucros e a redução do IVA”.
Em comunicado, o PAN defendeu que o Executivo de António Costa “já vem tarde” e “tem de ir mais longe” nas medidas para contrariar os aumentos anunciados. “A medida anunciada pelo Governo reflete-se sobre o preço, mas o Governo continua a furtar-se de abrir mão da receita via IVA, ao não se comprometer com a redução deste imposto, uma medida que para o PAN é inevitável e não mais pode ser adiada, sob pena de contínuo asfixiamento das famílias e das empresas”, salienta a porta-voz do partido, Inês Sousa Real.