A maioria socialista voltou a chumbar mais uma audição de um governante. Desta vez, os deputados do PS chumbaram o requerimento apresentado pelo PSD para ouvir a ministra da Defesa sobre o patrulhamento do mar dos Açores, razão que levou os sociais-democratas a acusarem os socialistas de quererem “fechar o Parlamento”.
O requerimento foi rejeitado com os votos contra do PS, abstenção do Chega e voto favorável do PSD. Bloco de Esquerda, PCP e Iniciativa Liberal estavam ausentes. Em causa está um pedido da GNR à Frontex para colocar uma aeronave para patrulhamentos do mar dos Açores, pedido esse que, de acordo com o DN, terá provocado mal-estar na Marinha e na Força Aérea, que têm meios de vigilância nesse território, mas não receberam qualquer solicitação de apoio.
Pelo PSD, Jorge Paulo Oliveira afirmou que apesar das recentes declarações da ministra da Defesa sobre o tema, os sociais-democratas continuam com dúvidas sobre a missão em causa e disponibilizaram-se para ouvir a governante já depois da discussão do Orçamento do Estado.
Por seu lado, o deputado socialista Francisco César classificou o pedido do PSD como “alarmista”. “O PSD parece estar a contribuir propositadamente para o campeonato dos requerimentos que merecem ser rejeitados”, atirou.
Para os socialistas, o Governo já prestou esclarecimentos sobre esta matéria, tendo Francisco César lembrado que a ministra da Defesa estará no Parlamento no âmbito da discussão do Orçamento do Estado para 2023 e que, nessa ocasião, os sociais-democratas podem questioná-la sobre este e qualquer assunto. E acrescentou que a matéria a ser novamente apreciada deveria ser junto do Ministério da Administração Interna.
“Quando o PS acha que quem exerce o seu dever de fiscalizar é alarmista, eu acho que está tudo dito, só falta mesmo fechar o Parlamento por parte do PS se é isso que querem, porque parece que é isso que querem, obviamente que não vão conseguir”, respondeu depois Jorge Paulo Oliveira.
O social-democrata acusou o PS de usar a maioria absoluta como “poder absoluto”, uma crítica que aliás tem sido dirigida aos socialistas pela oposição várias vezes a propósito do chumbo de audições parlamentares, e lamentou que “o PS obstaculize mais uma vez” o exercício de “um dever”.
Helena Carreiras já negou que a GNR tenha ido além da suas competências, precisando que se tratou de uma “missão policial, complementar àquela que a Força Aérea já vem desempenhando, de vigilância”.