O Presidente da República parecia ter deixado passar em branco a declaração do primeiro-ministro, que chamou ao recado do chefe de Estado à ministra da Coesão Territorial como um “momento de criatividade”. Mas afinal a resposta tardou, mas chegou.
Marcelo Rebelo de Sousa esteve, esta sexta-feira, no Bazar Diplomático, no Centro de Congressos de Lisboa, após a visita foi questionado sobre uma eventual fragilidade do Governo, após sucessivas polémicas.
O Presidente recusou dizer que o Executivo de António Costa estava fragilizado, preferindo sublinhar que "é uma ilusão pensar que a maioria absoluta significa paragem da democracia”.
O chefe de Estado disse ainda que não concorda que esteja a passar uma “fase imprevisível”, mas reconheceu e deu ênfase ao seu lado “criativo”.
“Fica-me a mim mal qualificar-me, mas eu penso que sou criativo, de facto, e que só por ser criativo cheguei a Presidente e só por ser criativo fui reeleito e que é preciso muita criatividade para, no fundo, lidar com três governos diferentes", afirmou, numa clara alusão às declarações de António Costa sobre o recado público de Marcelo à ministra.
"O primeiro era um Governo socialista com apoio parlamentar, o segundo era um Governo socialista com menos apoio parlamentar, e o terceiro é um Governo de maioria absoluta socialista, portanto, são tudo situações diferentes", disse. "Se o Presidente não é criativo, como é que se molda a situações tão diferentes?", acrescentou.