O ministro das Finanças reiterou, esta sexta-feira, que não tinha conhecimento da indemnização que Alexandra Reis recebeu da TAP, e que garantiu que se soubesse não a teria convidado para secretária de Estado.
"O senhor deputado acha que, tendo eu conhecimento de alguma coisa que pudesse inibir o exercício de funções públicas de alguém, eu teria feito o convite?”, questionou, de forma retórica, Fernando Medina, em resposta às questões do deputado e líder do Chega, André Ventura, durante a audição na Comissão de Orçamento e Finanças.
“O episódio que se passa, da escolha de um secretário de Estado e depois, passado umas semanas, ter de fazer essa constatação da inexistência de condições […] e ter de fazer a sua demissão, é um processo indesejável, penalizador para o Ministério das Finanças, para o Governo também", acrescentou o ministro, sublinhando, várias vezes durante a sua audição, que não fazia parte do Governo no momento da decisão sobre a indemnização.
Por outro lado, Medina reconheceu que substituição de um administrador e a definição de uma eventual indemnização numa empresa pública tem de ser do conhecimento da tutela, assim é necessário perceber o que falhou, tendo o ministro pedido à Inspeção-Geral de Finanças que analise os contornos da situação.
"Sou responsável agora e assumo total responsabilidade como ministro e, por isso, é que pedi, quando tive conhecimento, a Alexandra Reis a sua demissão, como pedi [o relatório] à Inspeção-Geral de Finanças, […] e também à CMVM relativamente à forma da sua comunicação e sobre essas matérias não me quero antecipar mais", sublinhou Medina.