O presidente do PSD afirmou, este sábado, que o Presidente da República fez bem ao afastar para já um cenário de dissolução do parlamento.
Luís Montenegro defendeu, no final da primeira reunião do novo Conselho Estratégico Nacional (CEN) do PSD, que Marcelo Rebelo de Sousa "tem a leitura política correta no sentido em que não desconhece que houve eleições há menos de um ano, não desconhece que há condições de governação excecionais – o Governo não tem qualquer dificuldade [institucional] em executar o seu programa – e também reconhece que há imperativos de governação imediatos, que não podem perder tempo".
Para o líder do PSD, "o país está distraído há várias semanas à conta exclusivamente de casos de grande relevância que ocorrem dentro do Governo”, mas “um executivo não deve ser notícia pelos seus casos, mas, sim, pelas suas decisões e pelos resultados alcançados para o desenvolvimento do país".
"Infelizmente, o Governo ainda não resolveu os problemas, já que temos dois ministros [da Agricultura, Maria do Céus Antunes, e das Finanças, Fernando Medina] combalidos politicamente e também por incapacidade de deixar sem equívocos a resposta às responsabilidades que impendem sobre eles", acrescentou.
No entanto, Montenegro considera que, neste momento, "não há nenhuma razão", para uma dissolução do Parlamento e para que a legislatura não se cumpra, a não ser que se assista a uma "implosão" do Governo.
Na opinião do líder social-democrata, as declarações de Marcelo constituem um apelo para que o Executivo cumpra a sua função e governe, e “não se distraia mais por culpa própria no enfraquecimento dos seus protagonistas".
Recorde-se que o Presidente da República, afastou, na sexta-feira, que não contariam consigo para uma eventual dissolução do Parlamento, na sequência da crise no Governo. "Contam comigo para ter o mesmo comportamento institucional que tive durante sete anos", sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa.