O governador do Banco de Portugal veio tentar acalmar a polémica trazida pelas suas declarações ao Financial Times, ao ter dito que o convite para chefiar o Governo tinha sido feito pelo primeiro-ministro, mas também pelo Presidente da República. As palavras surpreendentes de Centeno foram respondidas, quase de imediato, com um desmentido de Marcelo Rebelo de Sousa, que negou ter feito qualquer convite ao governador do Banco de Portugal.
Esta segunda-feira, a nota da Presidência mereceu novo comentário de Mário Centeno, que evocou a convocação de eleições, decidida pelo Presidente da República, como resultado “inequívoco” de que o chefe de Estado não o convidou para chefiar o Governo.
No entanto, nesta mesma nota, publicada no site do Banco de Portugal, Mário Centeno também adianta que o convite feito pelo primeiro-ministro, resultou das conversas entre António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa.
“O convite para essa reflexão resultou das conversas que o Senhor Primeiro Ministro teve com o Senhor Presidente da República”, lê-se na nota do governador do Banco de Portugal.
“Num exercício de cidadania, aceitei refletir. Não foi possível dirimir neste curto espaço de tempo todas as condições de exercício do que me era solicitado. Desta forma, nunca houve uma aceitação do cargo, mas apenas uma concordância em continuar a reflexão e finalizá-la em função da decisão que o Senhor Presidente da República tomaria”, acrescenta Centeno.
A terminar, o governador lembra que o chefe de Estado decidiu convocar eleições e não substituir António Costa como primeiro-ministro, pelo que “em resultado desta opção, é inequívoco que o Senhor Presidente da República não me convidou para chefiar o Governo”.