AD – Uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma

A origem desta AD está ferida de morte e dificilmente capitalizará o voto dos Portugueses descontentes com o PS e do eleitorado do centro direita.

No momento que o País atravessa, era desejável que surgisse uma alternativa que merecesse a confiança dos Portugueses. Naturalmente que essa alternativa deveria surgir do maior partido da oposição, só que não.

O que pensarão os Portugueses ao ver Nuno Melo, enquanto líder do CDS, assinar o acordo da AD, sabendo que em 2022 foi para a comunicação social acusar o anterior líder do partido de pedinchar uma coligação com o PSD e dizer que deploraria que o CDS se tornasse nos Verdes da direita?

O que pensarão os Portugueses ao ver Gonçalo da Camara Pereira, enquanto líder do PPM, assinar o acordo da AD, sabendo que há quinze dias rejeitava integrar uma coligação com o PSD e o CDS, considerando que tanto Luís Montenegro como Nuno Melo, são “líderes fracos” e “não têm visão do que se está a passar no país”?

Pelas razões acima referidas, a origem desta AD está ferida de morte e dificilmente capitalizará o voto dos Portugueses descontentes com o PS e do eleitorado do centro direita.

A tentativa oportunista de comparar ou tentar fazer qualquer tipo de analogia com a AD de 1979, é um desrespeito político pela memória de Sá Carneiro, Freitas do Amaral, Adelino Amaro da Costa e Gonçalo Ribeiro Telles. Até caíram no ridículo de mostrar um desconhecimento indesculpável da história da AD, colocando a imagem do saudoso Adelino Amaro da Costa como Presidente do CDS em 1979 em vez de Freitas do Amaral. Quem nos dera que os atuais protagonistas tivessem qualquer semelhança com os anteriores, seria bem melhor para Portugal e para os Portugueses.

A cerimónia de apresentação desta coligação foi uma oportunidade perdida para passarem uma imagem positiva ao País. Como é possível terem um espaço mediático, logo após o término do Congresso do PS, para apresentarem um projeto para o País e não o aproveitarem?

Tiveram três oportunidades para o fazer, nas três intervenções dos líderes de cada partido, só que nenhum deles apresentou uma ideia para o Portugal, ficámos a saber exatamente o mesmo que sabíamos antes do evento.

A única novidade, foi sabermos da existência de um Movimento de independentes cujos os nomes anunciados foram o Dr. Miguel Guimarães, o ex-Bastonário da Ordem dos Médicos, o Dr. Miguel Guimarães, o ex-Bastonário da Ordem dos Médicos, o Dr. Miguel Guimarães e ainda o ex-Bastonário da Ordem dos Médicos.

O resumo político deste fim de semana, foi o Congresso do PS em que o seu novo líder conseguiu anunciar ao País algumas das ideias que pretende implementar se for eleito 1º Ministro e a oficialização da AD em que foi flagrante o vazio de ideias que têm para Portugal.

Vejo com muita apreensão o nosso cenário político, sinto-me desiludido como Português e redobradamente desiludido como eleitor de direita. A única coisa certa que temos é o crescimento exponencial do Chega, a dúvida de quem vencerá as eleições e a sentença de novas eleições no caso de uma hipotética vitória da AD.

Infelizmente, esta AD traz-nos uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma!


Fernando Camelo de Almeida