Aliança Democrática. A coligação que quer “rasgar” o PS

Na sua página oficial, a AD não tem medo de expor tudo aquilo que o PS não realizou nos últimos oito anos de Governo. Aliás, essa parece ser a estratégia: evidenciar o que não foi feito e precisa de ser mudado. Nas redes sociais, a aposta é mostrar o lado mais humano e pessoal do…

“O estado da saúde em Portugal é grave. ‘Não há cirurgia, não há ortopedia, Não há oftalmologia, não há nada ali!’. Hoje, mais de 1,6 milhão de portugueses não tem médico de família. ‘Nós estamos a trabalhar e não temos culpa de não haver médicos’. 3,6 milhões de portugueses com planos privados. O responsável é só um: o Partido Socialista”, ouve-se no vídeo de apresentação na página oficial da Aliança Democrática (AD). “Primeiro, romperam as parcerias com o setor social e privado, diminuindo a capacidade de atendimento. ‘Neste momento, é um salve-se quem puder’. Em oito anos, não construíram um único hospital. ‘Quando formos recorrer a serviços que precisamos mesmo, eles não estão lá’.  Em cinco dos oito anos de Governo, o PS aplicou menos de metade dos investimentos previstos no Orçamento”, continua. “‘Seis anos em casa, deitado num sofá à espera de uma cirurgia. E qual é que é o propósito disto? Qual o objetivo disto?’. Esta é a marca do PS e do seu candidato”, acusa a coligação. Na segunda parte do vídeo de apresentação, Luís Montenegro fala aos eleitores: “Projetaram e não realizaram. Prometeram e não cumpriram. Os últimos governos do Partido Socialista foram uma sucessão de erros na educação, na saúde, na habitação. Erros que nos trouxeram esta triste realidade em que vivemos hoje. E tinham orçamento para poderem fazer tudo aquilo que quisessem e tudo aquilo que escolhessem. Só que escolheram as opções erradas. Agora, é a tua hora de fazer a escolha certa”, afirma, seguindo-se uma lista de algumas das propostas do partido. “Fim das listas de espera até 2025; Médico de família para todos; Isenção de IMT e de imposto de selo para jovens; Financiamento até 100% do valor do imóvel; Rendimento mínimo de 820 euros para pensionistas e salário mínimo de mil euros e médio de 1750”.

É desta forma que a AD se apresenta, mostrando a estratégia de “despir” e “atacar” o seu maior adversário: o PS. “Agora é hora de acreditar. Luís Montenegro é a esperança”, diz o seu hino de campanha. Já nos outdoors espalhados pelo país lê-se: “A mudança está nas tuas mãos” e “Mudança segura”.

Redes Sociais

A AD tem sido ativa nas suas plataformas digitais. Aliás, tem ido além dos outros partidos. No Facebook, vemos sobretudo vídeos de alguns dos momentos da campanha e dos comícios que têm sido realizados ao longo das últimas semanas e que têm, claro, Montenegro como protagonista. O líder do partido abraça as pessoas e fala com convicção. Em todos esses vídeos há uma legenda: “Não viemos para os jogos da política, nem para fazer capas de notícia — viemos para dar esperança aos mais jovens, ambição à economia e dignidade aos mais velhos”; “Estamos concentrados em ir à sociedade buscar o melhor que ela tem — das pessoas, das instituições e das empresas. Não acreditamos num Governo que tenta impor às pessoas o que elas têm de ser”; Na terra do conhecimento e da Cultura — o alicerce de uma verdadeira democracia —, reafirmamos que a Cultura vai ser uma das traves-mestras da Aliança Democrática: vamos aumentar o valor que o Orçamento de Estado lhe dedica, valorizar o ensino das artes e reforçar os mecanismos para o Mecenato”, são apenas alguns exemplos.

Tal como no Facebook, no Instagram as cores que imperam são o azul e o cor-de-laranja. Nesta rede social vemos vídeos onde falam caras conhecidas como Pedro Santana Lopes, Adolfo Mesquita Nunes, Luís Filipe Menezes, Rui Moreira, Durão Barroso, Assunção Cristas e Carlos Moedas. Noutras publicações, Luís Montenegro mostra proximidade com os eleitores, segura crianças ao colo.  Tal como acontece nas redes sociais de alguns dos seus adversários, a AD também dá a conhecer algumas histórias reais de portugueses que sentem as lacunas do Governo do PS e queixam-se:de reformados a farmacêuticos, de designers têxteis a estudantes, etc.

As publicações do Tik Tok são bastante idênticas às do Instagram. A coligação, tal como os outros partidos, tanbém publica excertos dos debates. Além disso, há uma espécie de rubrica sobre quem é o líder, dando a conhecer o seu lado mais pessoal. Nela falam pessoas próximas de Montenegro: a mãe, a irmã, amigos, amigas e o barbeiro. É uma originalidade.