IL: Tiago Mayan poderá avançar contra Rui Rocha

Ex-candidato já admitiu que ‘começa o tempo dos membros para definir o futuro rumo do partido’.

Há um grupo de militantes da Iniciativa Liberal (IL) que está a incentivar Tiago Mayan a avançar contra a liderança de Rui Rocha. Em causa estão os resultados do último ato eleitoral, em que o que partido, apesar de ter mantido os oito deputados, perdeu em Lisboa – considerado o principal bastião da IL – mas ganhou em Aveiro. Um apelo que parece estar a convencer Mayan – fundador da Iniciativa Liberal e que na sua candidatura às presidenciais de 202 conseguiu 134.427 votos ficando no 6.º lugar da votação – que já disse nas redes sociais que «o tempo do órgãos esgota-se e começa o tempo dos membros para definir o futuro rumo do partido».
Recorde-se que as eleições para a liderança do partido estão marcadas para janeiro, já que de acordo com os estatutos da Iniciativa Liberal o ato eleitoral é feito de dois em dois anos.

Esta alternativa à presidência do partido ganhou maiores contornos após a realização do Conselho Nacional da Iniciativa Liberal que se realizou este domingo, em que tinha sido acrescentado mais um ponto à ordem de trabalhados. A par da avaliação dos resultados do partido no ato eleitoral de 10 de março, e as próximas eleições europeias, foi acrescentado mais um terceiro ponto ao debate, relacionado com o posicionamento político sobre os vários cenários governativos, assim como a deliberação sobre a proposta de recomendação à direção. Uma questão que entretanto foi esclarecida pelo PSD e IL durante esta semana ao informarem que não avançarão «nesta altura para a celebração de entendimentos alargados», incluindo os que dizem respeito à formação do novo Governo e que foi ao encontro do que tinha sido defendido pela generalidade dos conselheiros que, ao que ao Nascer do SOL apurou, não queriam uma coligação ou uma presença no Governo.

Ao que o nosso jornal apurou, os ânimos exaltaram-se neste encontro com a troca de acusações entre Rodrigo Saraiva, que foi agora nomeado vice-presidente da Assembleia da República, e Rafael Corte Real, que integrou a Comissão Executiva de João Cotrim de Figueiredo e foi um dos principais apoiantes de Carla Castro na disputa interna em que Rui Rocha saiu vencedor, depois de ter questionado se «valeu a pena reduzir este partido a uma seita, composta de indefetíveis».

O ambiente voltou a estar tenso com o discurso de encerramento de Rui Rocha que teceu duras críticas a quem questionou os resultados do partido nas eleições legislativas. «Ninguém pediu a demissão de Rui Rocha, nem fez a ligação do ‘és presidente e o resultado foi culpa tua’ e, mesmo que tenha havido algumas críticas quanto ao resultado do partido, em vez de ter um espírito conciliador teve um espírito adversativo», disse fonte da IL ao nosso jornal.