PS testa ex-membros do Governo para as autárquicas

Os testes vão ser feitos nos principais concelhos de Lisboa, Porto e Algarve. Pedro Siza Vieira, Mariana Vieira da Silva, Ana Godinho ou António Mendonça Mendes são nomes na calha. Como Manuel Pizarro e José Luís Carneiro para o Porto.

O Partido Socialista vai testar nomes de alguns ex-membros do Governo que poderão avançar para as eleições autárquicas em 2025. Ao que o Nascer do SOL apurou, os estudos deverão começar depois do verão, em setembro ou outubro, para os principais concelhos do país, como da grande Lisboa ou do grande Porto e do Algarve, assim como em outros pontos do país, para avaliar quem poderão ser os melhores candidatos. Pedro Siza Vieira, Mariana Vieira da Silva, Ana Mendes Godinho e António Mendonça Mendes são algumas das hipóteses em cima da mesa, a que se juntam outros nomes já previsíveis, como Manuel Pizarro e José Luís Carneiro, para o Porto. Ou Duarte Cordeiro, obviamente para Lisboa – sobretudo depois de Marta Temido ter optado pelo Parlamento Europeu -, mas só se entretanto a Justiça o ilibar de todas as suspeitas.

Aliás, o ex-ministro do Ambiente tem rejeitado desempenhar cargos públicos enquanto não for esclarecida a sua alegada participação em processos como a Operação Influencer, que ditou a queda do Governo de António Costa, assim como o Caso Tutti Frutti.

Para a capital já foram testados há uns meses os nomes de Marta Temido e de Fernando Medina, sendo que nos bastidores socialistas há quem considere preferível o nome de Mariana Vieira da Silva.

Outra hipótese para a antiga ministra da Presidência poderá ser Sintra – concelho ao qual Duarte Cordeiro chegou a ponderar poder concorrer caso Marta Temido fosse a candidata da plataforma de esquerda a Lisboa. Para Sintra, Ana Mendes Godinho é outra hipótese, mas o nosso jornal sabe que a concelhia de Sintra prefere o nome de Marcos Perestrello.

Já António Mendonça Mendes é apontado a um concelho da área metropolitana de Lisbo. Apesar de ter sido presidente da Federação de Setúbal do PS, tudo indica que o ex-secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro prefira outra autarquia.

Filho de peixe…

Ainda na área metropolitana de Lisboa também deverá ser testado o nome de Pedro Costa, filho do ex-primeiro-ministro António Costa, que em abril renunciou ao cargo de presidente da Junta de Freguesia de Campo de Ourique, alegando incompatibilidades com a Câmara de Lisboa, liderada por Carlos Moedas.

Um dos pesos-pesados que ninguém afasta é o de Pedro Siza Vieira, que após ter sido saído do Governo foi bastante crítico do Executivo de Costa. Apesar da relação com Pedro Nuno Santos nunca ter sido «fantástica», o ex-ministro é considerado um ‘trunfo’ para a conquista de uma câmara de referência, como Sintra, Cascais ou mesmo Lisboa.

Quanto ao Porto, não há dúvidas que Manuel Pizarro irá ser testado e o ex-ministro da Saúde nunca escondeu a sua ambição de vir a liderar uma candidatura, mas poderá contar com a fortíssima ‘concorrência’ de José Luís Carneiro.

O adversário de Pedro Nuno Santos nas diretas para a sucessão de António Costa nunca escondeu a ambição de liderar a segunda maior Câmara do país e sempre disse

Já em relação a Gaia poderão ser testados nomes como o de João Paulo Correia, ex-secretário de Estado da Juventude e do Desporto, e o de Marina Mendes, atual vice-presidente da autarquia, além de Miguel Lemos, presidentes das águas do município.

Outra preocupação do PS é o Algarve, até porque nas eleições legislativas o Chega conquistou esta região. Ainda assim, o nosso jornal sabe que os socialistas acreditam que podem ganhar em Faro e daí quererem apostar nesta autarquia, em que Rogério Bacalhau está no último mandato. Já uma dor de cabeça para o partido será Portimão, com a saída de Isilda Gomes, que suspendeu o mandato autárquico na autarquia para se candidatar pelo PS às eleições europeias, sendo substituída pelo vereador Álvaro Bila.

O Nascer do SOL sabe que o PS tem a noção de que os resultados poderão não correr bem nas nas europeias e podem continuar a não correr bem nas autárquicas, e que acha difícil repetir os números alcançados há três anos, quando conquistou 149 câmaras, apesar de ter perdido Lisboa para o PSD. «O natural é perder força e o PS sabe disso», diz fonte ouvida pelo nosso jornal.

AML em stand by

Com a entrada de Carla Tavares para as listas das europeias, a liderança da Área Metropolitana de Lisboa (AML) – que envolve 18 municípios, de Setúbal até Mafra – fica vazia e o processo de substituição promete ser animado, já que o PS não deverá deixar Carlos Moedas chamar a si o cargo a um anos de eleições autárquicas.

Também a concelhia do PS-Lisboa, atualmente presidida por Marta Temido, vai a eleições em julho.